Enquete do SinditêxtilSP mostra que 54% das empresas do estado avaliam que poderão voltar ao período pré-pandemia em janeiro.

Embora 67% da indústria têxtil e de confecção de vestuário ainda esteja operando com menos de 50% da capacidade instalada, uma boa parte tem expectativa de voltar ao período pré-pandemia dentro de
seis meses. Por essa análise, a partir de janeiro, o setor em São Paulo começa a repor perdas causadas pela crise da covid-19. Esse foi o cenário estimado por 54% das empresas consultadas pela enquete do SinditêxtilSP em junho. Outros 25% do universo sondado avaliam que seriam necessários mais sete a 12 meses para voltar aos níveis de atividade do início de 2020. Ou seja, ali por junho do ano que vem.A expectativa do SinditêxtilSP é que o setor começa a repor perdas a partir de 2021. A produção em São Paulo subiria 7% no próximo ano, menos da metade da queda estimada de 15% para 2020. Variação semelhante valeria também para o varejo. A perspectiva aponta para crescimento de 9%, diante do recuo de 20% previsto para 2020. Com essa retomada de atividades, as empresas voltariam a contratar com carteira assinada.
A análise do SinditêxtilSP é que até o final de 2020, a indústria têxtil e de confecção do estado terá cortado 10 mil empregos, dos 17 mil postos de trabalho que o Brasil deve perder no ano. Aumentando o ritmo produtivo, a indústria poderá gerar 6 mil novas vagas de emprego formal em São Paulo em 2021, de 10 mil a serem adicionados no país na atividade. Assim, poderia voltar a repor perdas em 2021.
Para o PIB, as previsões com as quais o setor trabalha passam por recuo de 6,1% em 2020 e crescimento de 3,5% em 2021.
CRÉDITO E PARCELAMENTO DAS DÍVIDAS DE ICMS
A recuperação real dos empregos, Luiz Arthur Pacheco de Castro, presidente da entidade, considera que só chegará em 2022. Ele pondera que acesso a crédito “será fundamental para planejar a retomada”. Em outra frente, o SinditêxtilSP encaminhou ao governo estadual medidas práticas. Entre os pleitos do setor está o de postergar em seis meses o recolhimento de ICMS devido para empresas que teriam a recolher no segundo semestre. A proposta é parcelar o valor e diluir a dívida a partir de janeiro.
Outra demanda seria de o governo estadual não cobrar multa e juros das empresas que tenham ICMS devido no segundo semestre e não fizeram o recolhimento. Pela proposta, o valor de julho seria pago, por exemplo, em janeiro, mas sem os encargos derivados do atraso. “Isso preservaria o fluxo de caixa”, defende Pacheco. Ele explica que a proposta foi encaminhada à secretaria da Fazenda, mas, ainda sem decisão definida.
Pacheco considera preocupantes os resultados da pesquisa conjuntural realizada pela Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção). O recorte de São Paulo mostra que o mapa de calor permanece vermelho desde abril para as 17 questões da sondagem, que envolvem cenário atual de atividades e expectativa. “Esperamos que em julho algum verde comece a aparecer”, torce o presidente do SinditêxtilSP.
INDICADORES DO IBGE
Para acompanhar o cenário da indústria têxtil e de confecção de vestuário, acesse o conteúdo exclusivo do GBLjeans. As variações estão também registradas em gráficos interativos. Leia mais.