Mesmo com a pandemia de covid-19, o setor continuou a subir preços por dois meses seguidos até ser contido pela fraca economia.
Para a moda, maio costuma ser um mês de preços altos. Reflete a mudança de estação nas vitrines e de recuperação de margens. A pandemia de covid-19 atropelou a lógica de mercado. Depois de dois meses de inflação, os reajustes da cesta Vestuário foram contidos pela fraca economia, ainda que em algumas cidades o comércio tenha reaberto desde meados de abril. E moda acusa deflação de0,58% em maio em relação a abril. Apesar de queda mais profunda que a deflação geral do país (-0,38%), considerada a maior dos últimos 22 anos, foi o grupo de produtos que menos cortou preços em maio.
No plano geral, maio é o segundo mês consecutivo de queda nos preços e o menor índice de recuo desde agosto de 1998, quando ficou em -0,51%. Os dados constam da pesquisa que mede o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Os resultados do levantamento foram divulgados na manhã de hoje, 10 de junho, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O grupo Vestuário abrange roupas, calçados e acessórios, joias e bijuterias, além de tecidos vendidos no varejo. Roupas representam os produtos de maior peso do grupo. Junto com calçados foram os artigos que tiveram maior deflação (-0,64%). As roupas femininas recuaram 0,88%. As roupas masculinas caíram 0,55%, e as infantis ficaram 0,29% mais baratas que em abril. A deflação de calçados foi de -0,74%.
Joias puxaram aumento de 1%, com a alta perdendo força em maio. Tecidos também anotaram inflação mensal de 0,27%, mantendo curva de alta há cinco meses consecutivos, mostram os dados do IBGE.
VARIAÇÃO ACUMULADA NO SETOR
Com a queda dos preços em maio, o IPCA geral acumula queda de 0,16%. A situação piorou para o grupo Vestuário que registra acumulado negativo de 1,48% de janeiro a maio. Foi puxado para baixo pelo corte nos preços de roupas no período: -2,58% em roupas femininas; -1,08% em roupas masculinas; e -0,66% em roupas infantis. Calçados também exerceram pressão negativa, acumulando queda de 2,35% até maio. Já o item joias e bijuterias acumula alta de 5,93% e tecidos, de 1,19%.
COMPORTAMENTO DOS PREÇOS DE MODA EM 16 CAPITAIS
Em maio, o comportamento dos preços do grupo Vestuário registrou inflação em quatro das 16 capitais que são destaque da pesquisa: Porto Alegre, Distrito Federal, Curitiba e Vitória. As demais capitais anotaram deflação. A maior queda foi na cidade do Rio de Janeiro (-1,62%).
No acumulado do ano, das capitais em destaque, 14 anotaram deflação, com a maior queda sendo registrada em Salvador(-4,57%). Acumulam alta nos primeiros cinco meses de 2020: ainda Recife, cuja inflação perdeu a força, acumulando aumento de 0,41%; e Curitiba (0,07%).
NOVIDADES NOS GRÁFICOS
Confira abaixo os novos gráficos criados pelo GBLjeans que acrescentou o indicador de Roupas, subdividido em masculinas, femininas e infantis, para melhorar a análise. Os gráficos também passam a incorporar a variação mensal e acumulada de Roupas por cidade.
Basta clicar nas setas e navegar pelo slides. Passando o cursor nas colunas, é possível verificar os indicadores.