Iniciativa envolve a combinação de tecnologias para tingimento a seco, incluindo denim.
Como iniciativa para acelerar a adoção de tecnologias de processo a seco no pré-tratamento e tingimento de insumos têxteis, a Fashion for Good lança o projeto D(R)YE Factory of the Future. Em formato de consórcio, o projeto tem oito empresas com tecnologia testadas para tratamento de cinco materiais diferentes: algodão, poliéster, misturas, denim e lã, explica a entidade que promove inovações em sustentabilidade na cadeia da moda, com sede na Holanda.
“O processamento têxtil é o maior contribuinte para as emissões de carbono na cadeia de suprimentos e uma mudança para o processamento principalmente a seco é crucial para o caminho para o net zero. Dadas as interdependências nas etapas de processamento, uma avaliação independente das soluções não é suficiente. Ao validar uma combinação de tecnologias, podemos desbloquear todo o potencial dessas soluções. É por isso que este projeto é tão importante,” declarou Katrin Ley, diretora da Fashion for Good, em comunicado à imprensa.
Conforme a entidade, as tecnologias testadas incluem tratamentos com plasma e laser, tingimento em spray, dióxido de carbono supercrítico e com espuma. Os resultados das avaliações serão compartilhados com o mercado em um relatório a ser publicado no final de 2022, informou a Fashion for Good.
Ainda de acordo com a entidade, as inovações selecionadas, quando aplicadas em conjunto e de forma integrada, teriam potencial para reduzir as emissões de carbono em até 89% e reduzir o consumo de água entre 83% e 95%, na comparação com processos tradicionais e úmidos.
EMPRESAS QUE PARTICIPAM
O D(R)YE Factory of the Future fez parceria com Adidas, Kering, PVH Corp., Arvind Limited e Welspun India que participarão dos testes em suas cadeias de produção.
Como fornecedores de tecnologia considerada inovadora participam: Alchemie Technologies, Deven Supercriticals, eCO2Dye, GRINP, Indigo Mill Designs, Imogo, MTIX e Stony Creek Colors. Envolve inovações em química, máquinas e equipamentos.
Pré-tratamento: tecnologia à base de laser de alta potência e plasma de alta frequência. Fornecedores: a italiana GRINP e a britânica MTIX.
Tingimento: digital spray (Alchemie Technologies e Imogo); dióxido de carbono supercrítico (Deven Supercriticals e eCO2Dye); Espuma (Indigo Mill Designs); corantes naturais de índigo (Stony Creeke Colors).
Acabamento: Plasma e Laser (Mtix); Digital Spray (Alchemie Technologies e Imogo).
No também recentemente lançado Guia de Processamento Têxtil, que pode ser baixado da internet, a Fashion for Good cita ainda outras tecnologias. Em equipamentos, fala de tingimento Dope (ou em solução) e aplicação ultrassônica para tingimento. Indica substituir a estamparia tradicional por impressão de gravura (gravure printing) aplicada no têxtil ou impressão digital.
Menciona a aplicação ultrassônica para acabamento têxtil, além de ozônio e laser com a mesma finalidade.
Em química, o guia lista tratamento catiônico ou à base de enzimas. Na parte de tingimento, além de corantes naturais, acrescenta pigmentos microbianos; pigmentos produzidos a partir da captura de emissões de carbono; pigmentos reciclados.
Para acabamento, as inovações apontadas passam por bio-tratamento antimicrobiano; membrana e DW(O)R para aplicação de propriedade impermeável sem PFC.