Marcas usam pouco algodão sustentável

Ranking feito em estudo sobre o consumo do insumo cultivado sob boas práticas de plantio mostra que os varejistas internacionais têm um longo caminho a percorrer.

Uma pesquisa com 37 empresas que usam muito algodão em suas coleções mostra que os varejistas internacionais têm ainda um longo caminho a percorrer até a incorporação intensa de algodão sustentável, assim considerados os derivados de culturas orgânicas, de algodão reciclado e das plantações certificadas por organismos como Better Cotton (BCI), Fairtrade Cotton e Cotton Made in Africa (Cmia). De uma pontuação máxima de 19,5 pontos, estabelecida pela Rank a Bank, entidade que conduziu essa primeira edição do estudo, apenas o varejista sueco Ikea, de móveis e decoração para casa, figura na zona verde, considerada positiva, e mesmo assim com 12 pontos.

Encomendado por três outras organizações sem fins lucrativos – WWF, Solidaridad e PAN UK (Pesticide Action Network), o estudo avaliou aspectos da política de compra de algodão, o consumo real de algodão sustentável e métodos de rastreabilidade de origem do que adquire. Concluiu que essas empresas usam menos algodão sustentável do que poderiam, e não por falta de matéria-prima. “Sem demanda dos compradores, o algodão sustentável continuará a ser um produto de nicho e os problemas sociais e ambientais associados à indústria algodoeira persistirão”, afirma o relatório.

Para a composição do ranking, a pesquisa usou cores para classificar as empresas: verde, aquelas que lideram o movimento; amarelo, está no bom caminho; laranja, apenas iniciou a jornada; e vermelho, ainda não pertence ao bloco que está iniciando o processo. Na pontuação geral, C&A (9), H&M (9) e Adidas (7,75) estão enquadradas na zona amarela. Nike (6,75), Marks & Spencer (5,5), VF Corporation (3,25), e Kering (3) estão na zona laranja. Outras 29 empresas ficam na zona vermelha, entre as quais Inditex (dona da Zara), Macy’s, Burberry, Gap e Nordstrom.

Segundo as organizações envolvidas na pesquisa, antes da publicação do estudo com o ranking de classificação, as empresas receberam uma cópia a fim de complementar informações, explicar suas práticas e mesmo pedir esclarecimentos sobre a pontuação. Algumas que estão na zona vermelha sequer responderam ao questionário, afirma o relatório.

Confira um resumo do ranking, apenas com as empresas do mercado de moda (exceção da Ikea).