Mulheres temem voltar a provar roupas

Pesquisa da First Insights mostra que 54% dos americanos estão prontos para sair de casa e ir às compras, mas temem contágio.

Nos Estados Unidos, o varejo de moda começa a reabrir depois de quase dois meses de portas fechadas. De acordo com pesquisa da First Insights, 54% dos consumidores que vivem naquele país estão prontos para sair de casa e comprar roupas. O desejo é menor para outros itens de moda, como calçados (32%). A disposição de consumir esbarra, porém, no medo de contágio pela covid-19 ao frequentar lojas físicas. O nível de temor varia. Entre as mulheres, 65% declaram que se sentem inseguras para usar os provadores de roupas.

Esse percentual entre os homens é menor (54%). A insegurança de frequentar o varejo físico de roupas também varia de acordo com a idade. A maioria dos chamados baby boomers, e que constituem um grupo de risco, tendem a não experimentar peças de vestuário nas lojas. Pela pesquisa, 71% não se sentem seguros o suficiente para frequentar provadores.

Quase 60% dos consumidores das gerações X e Z se declaram inseguros (57%). Os millennials são os mais divididos sobre o retorno ao ambiente de compras em geral. Deles, 49% disseram que não se sentiriam seguros em experimentar roupas nos provadores.

O relacionamento com os vendedores das lojas segue o mesmo perfil de insegurança: mulheres (66%) e homens (54%). Em termos de idade, a variação de medo é maior entre os baby boomers (72%); Gen Z (59%); Gen X (58%); e millennials (48%).

A pesquisa ouviu mil consumidores no final de abril, às vésperas da reabertura do comércio nos Estados Unidos.

FIQUE LONGE DE MIM

O medo de provar roupas passa por manusear peças contaminadas e de entrar na área de provadores, que não costumam ser os locais mais limpos das lojas. Assim, uma roupa experimentada e devolvida teria que ir para quarentena, saindo da lista de disponível para venda. São questões que o varejo em processo de reabertura terá que enfrentar.  Na ânsia de fazer caixa, nem todos varejistas terão esse cuidado. Vapor quente e uso de ozônio estão sendo considerados, por exemplo, como alternativas mais rápidas para liberação das roupas.

“O coronavírus fez a indústria ir de um modelo ‘high-touch’ – ou seja, no qual compras, escolhas e provas eram baseados em toque, presença e proximidade físicas – para um modelo ‘low-touch’, no qual a distância e a falta de contato físico definem o novo paradigma. O ‘novo normal’ para os lojistas será uma abordagem ‘hands-free’, sem toque ou proximidade física na hora de ajudar os clientes a achar as peças que desejam, sem os deixar desconfortáveis; isso é particularmente válido para clientes no chamado ‘grupo de risco’, como os ‘baby boomers’”, alertou no relatório da pesquisa Greg Petro, CEO da First Insight.