Geração Z abraça o consumo ativista

Geração Z abraça o consumo ativista

Pesquisa da Edelman mostra que eles andam influenciando os mais velhos, inclusive os sem filhos.

Geração Z abraça o consumo ativista

A compra com propósito que explodiu em 2018 mudou entre os que têm de 14 a 26 anos. Agora, a Geração Z abraça o consumo ativista e coloca na balança um conjunto maior de questões. Antes de comprar avalia a resposta de marcas sobre a relação com empregados (citada por 75%), mudanças climáticas (64%), justiça racial (60%), desigualdade econômica (60%). E, em menor expressão, sobre geopolítica (47%) e reação à pandemia de covid-19 (45%).

O retrato faz parte da pesquisa Edelman Trust Barometer, realizada anualmente pela agência global de comunicação empresarial. Nomeado de A Nova Dinâmica da Influência, o relatório está baseado em pesquisa realizada entre maio e junho de 2022, em 14 países, incluindo o Brasil. Foram ouvidos 13.700 consumidores maiores de 18 anos, dos quais 1.005 residentes no Brasil.

Em recorte particular, foram entrevistados 6.700 da Geração Z com idades entre 14 e 17 anos, considerados os mais ativistas. No Brasil, a amostra ouviu 500 jovens com esse perfil.

Da pesquisa da Edelman participam também consumidores Millennials (27 a 41 anos), Geração X (42 a 55 anos) e 56+ (pessoas com mais de 55 anos).

Além do Brasil, a pesquisa consultou consumidores de África do Sul, Índia, Arábia Saudita, Emirados Árabes, México, Estados Unidos, China, Alemanha, França, Reino Unido, Coreia do Sul, Japão e Canadá.

GERAÇÃO QUE INFLUENCIA

Conforme a análise da Edelman, a Geração Z abraça alguma causa social ou política no Brasil, afirmam 70% dos consumidores dessa idade. A maioria (72%) não espera que as marcas promovam as mudanças sozinhas. Querem colaborar em questões como mudanças climáticas, pobreza, racismo, qualidade da informação, desigualdade de gênero. Até escolher a marca que vai comprar já é considerado ativismo para 60% dos entrevistados.

E ainda que as marcas não os tenha por público-alvo é bom ficar de olho na movimentação deles. De acordo com a pesquisa da Edelman, os jovens da Geração Z influenciam as compras dos adultos com os quais convivem. Influenciam mesmo aqueles que não têm filhos ou, pelo menos, não têm filhos nessa idade.

A influência que exercem tem relação com “quão ecológica ou diversa as marcas devem ser; os produtos que uso; se as marcas devem se posicionar; como faço compras”, aponta o relatório da pesquisa.

Da Geração Z no Brasil, 74% criam ou compartilham conteúdo nas redes sociais pelo menos uma vez por semana. E entre os mais jovens, de 14 a 17 anos, 40% fazem isso todo os dias.

Também são seletivos sobre a influência exercida por embaixadores de marca ou influenciadores. A maioria (cerca de 70%) quer ouvir gente que sabe o que fala. Para eles, por ordem de importância, as marcas deveriam escolher um cientista ou especialista; alguém que de fato use a marca, não apenas seja pago para dizer que usa; um especialista técnico da marca.

Dizem isso porque valorizam influenciadores que fazem recomendações baseados em experiência, ensinam nova habilidades ou têm boas referências.