Meta da Horizonte é crescer 10%, em 2006

A aposta da tecelagem é a linha de tecidos com construções diferenciadas

 

Mesmo diante de um mercado arredio, a Horizonte mantém o viés audacioso e estabeleceu meta que prevê aumentar a receita em 10%, este ano, encostando nos R$ 70 milhões. Para suportar o crescimento esperado, a estratégia da tecelagem mineira mescla reforço na área comercial e fartos lançamentos de produtos que, nos últimos dois anos, apontam para a crescente oferta na linha de tecidos com construções diferenciadas.

“A gente tem apostado comercialmente na maior agressividade e presença no mercado, aumentado a quantidade de lançamento de produtos e possibilitado atendimento às confecções nos tecidos exclusivos e nos estampados (que também é uma característica forte da Horizonte)”, explica Pollyanne Lessa, diretora geral da companhia. Foram contratados mais representantes e os supervisores instados a trabalhar mais próximos dos vendedores. Em agosto, a coleção de Inverno 2007 chegará com dez novas bases. No início do ano, junto com o anúncio da nova logomarca, a empresa lançou 13 bases que, desdobradas em pelo menos três tonalidades, completou um portfólio de 39 opções.

Do 1,7 milhão de metros que atualmente a empresa produz a cada mês, 30% correspondem à linha dos diferenciados. No ano passado, essa participação girou em torno dos 20%. Segundo Pollyanne, a meta é chegar aos 50%. A outra metade viria da linha mais básica – sarjas tintas peletizadas, tricolines, popelines.

Nova Horizonte

Na avaliação da executiva, o setor vive uma fase de incerteza, que fez os investimentos encolherem. Atribui o revés à questão cambial, que favorece a importação e desfavorece a exportação. “O setor está passando por um momento de mudança que é sem volta. E cabe a nós, empresários das indústrias têxteis, rever e realinhar nossas empresas para essa nova realidade”, diz. O caminho da Horizonte passa pela criação de produtos diferenciados e desenvolvimentos exclusivos. Contudo, o atendimento sob medida requer ajustes consideráveis na operação. É preciso preparar a empresa para reduzir o volume produzido e trabalhar com áreas de estamparia e tingimento também menores.

Em 2005, ano considerado difícil para o segmento de jeanswear, a tecelagem mineira faturou R$ 64 milhões. O resultado representou um recuo significativo em relação aos R$ 80 milhões faturados em 2004. E encerrou um período de grande expansão experimentado desde 1995, quando o controle acionário da companhia mudou de mãos e as operações receberam uma injeção de recursos que, em dez anos, somaram R$ 40 milhões em investimentos.

Os esforços mais contudentes para mudar o perfil da empresa, em direção aos produtos diferenciados, foram aplicados a partir de 2001. Os últimos teares antigos foram substituídos por modelos mais modernos no ano passado, encerrando o ciclo de renovação. Nesse período, o volume exportado tem crescido gradativamente. No ano passado, a participação das vendas externas na receita da empresa representava 5%, exportados principalmente para países da América Latina. Hoje, corresponde a 8%.