Com a inauguração da megaloja no quadrilátero do jeans chique, em São Paulo, a grife investe na visibilidade necessária para ampliar as vendas em outras regiões do país
Junto com o lançamento da coleção de verão 2008, a Opera Rock inaugurou a megaloja que ocupa 360 metros quadrados de uma das esquinas de moda mais famosas do Brasil, entre as ruas Oscar Freire e Consolação, na capital paulista. O empreendimento também representa a nova fase da marca, interessada em ampliar a participação no mercado brasileiro de jeans para além de São Paulo.
Das 11 lojas próprias, apenas duas ficam no interior do estado, nas cidades de Campinas e São José dos Campos. A composição da rede inclui contratos de concessão de uso de marca com mais 18 lojas exclusivas, a maioria localizada em cidades paulistas. Somente seis estão fora do estado, sem considerar as multimarcas. “Estamos indo devagar”, conta Rafik Jean Kassis, que lançou a Opera Rock em 1992. Rio de Janeiro e Minas Gerais, diz, são os próximos destinos a contar com lojas da marca.
O empresário avalia que a exposição propiciada pela flagship na Oscar Freire deverá atrair consumidores de fora. “Em 2008, vamos precisar investir em campanhas publicitárias para apoiar os planos de expansão”, constata Kassis, sem informar detalhes ou estratégia.
No mercado de jeans há 26 anos, ele recorre à experiência no trato com o varejo para balizar as ações. Assim, o investimento na megaloja é atribuído à “certa dose de ousadia necessária para se destacar no mercado”; especialmente na faixa em que a grife atua – com modelos de calça vendidos a mais de R$ 200,00 -, afetada pelo aumento da concorrência e pela queda no poder aquisitivo da classe média alta no Brasil.
Caminho inverso
A Opera Rock nasceu em 1992 como a marca premium vendida na rede de lojas jeanswear que Kassis mantinha à época na capital paulista. “Detectamos que havia um vazio no mercado, que decidimos ocupar oferecendo um jeans com visual mais moderno e peças mais trabalhadas”, lembra o diretor. A aceitação foi tão positiva, que ele foi procurado por clientes interessados em revender modelos da nova marca.
As vendas para lojistas começaram e quase um ano depois a Opera Rock chegava ao mercado como marca solo e consumindo os investimentos da empresa. A rede de lojas antiga foi encerrada. “Para a época, foi uma novidade. A mistura de ópera com rock reflete bem a nossa proposta, em que cabe uma saia de seda combinada a uma jaqueta de jeans detonada”, resume Kassis.
No início, o empresário manteve o modelo de terceirizar a produção. Com o tempo, porém, fez o caminho inverso do seguido pela maioria das grifes. Apenas o fechamento das peças é repassado para terceiros. O desenvolvimento da coleção, modelagem, corte e acabamento são feitos pela própria empresa, que há 11 anos mantém a área industrial na sede localizada no bairro paulistano de Santo Amaro. Cerca de 10% dos itens comercializados têm a produção terceirizada, como acessórios e calçados.
O controle sobre a fabricação do produto abrange também a parte de lavanderia, com capacidade para processar toda a produção. Segundo o executivo, a lavanderia interna ajuda a criar e lançar produtos mais rapidamente do que se contratasse o serviço de beneficiamento. “Além disso, temos mais facilidade para pesquisar e testar lavagens diferenciadas”, argumenta.
O modelo comercial adotado é o da pronta entrega, que também funciona como showroom em Santo Amaro. Assim, o estoque é mantido pela empresa, o lojista compra o que está disponível, sem pedido antecipado de produção. Atualmente, entre as áreas industrial, administrativa, comercial e de lojas, a empresa tem 612 funcionários.
fotos: fachada da nova loja / divulgação (Opera Rock / Sergio Righini)