Mediante acordos locais, varejista online lança coleções plus size, fitness e underwear.
Em sete meses, desde março de 2023 quando anunciou que contrataria produção local, a Shein montou uma carteira com 330 confecções, distribuídas por 12 estados brasileiros, e amplia o volume para 4 mil modelos desenvolvidos a partir de medidas do corpo brasileiro, informa a varejista online por comunicado ao mercado. Conforme a empresa, do total de fornecedores contratados, 213 operam de acordo com o modelo baseado na produção sob demanda.
Geralmente, a companhia encomenda pequenos lotes de 100 a 200 unidades por produto, medindo a resposta do mercado em tempo real a partir de algoritmos específicos. Com base no desempenho comercial, decide se produzirá em maior escala os produtos com demanda mais garantida. “Temos uma equipe de planejamento e tendências que se dedica a analisar as passarelas, as tendências da moda e as necessidades dos consumidores. Cada tendência é confirmada com tecnologia, por meio da análise de dados”, declarou em nota à imprensa Fabiana Magalhães (foto), diretora de produção local da Shein Brasil.
Considerado um marco a ser celebrado, a Shein amplia a produção local lançando três coleções de modelos plus size, fitness e underwear para mulheres. De acordo com a varejista, as categorias fitness e underwear apresentam diversidade de itens como shorts, tops, leggings, jaquetas, pijamas e lingerie. A coleção plus size inclui saias, calças, vestidos, croppeds, camisetas, camisas e coletes que vestem do tamanho 48 até o 58 (ou G ao G5).
Antes disso, a varejista já lançara coleções assinadas por brasileiras. Com a cantora Anitta e mais recentemente com a influenciadora digital Virginia Fonseca.
PRODUÇÃO LOCAL E REMESSAS INTERNACIONAIS
Em março de 2023, a empresa firmou acordo com a Coteminas para ter acesso a 2 mil fábricas atendidas pelo grupo têxtil mineiro. “Incorporar a produção local das peças no Brasil foi uma decisão bastante estratégica para a Shein, pois o país está entre os cinco maiores mercados no mundo para a empresa e possui uma grande capacidade têxtil e mão de obra qualificada”, acrescentou a diretora no comunicado.
A empresa informa que em três dias – de 23 a 25 de setembro – recebeu as primeiras 200 toneladas em remessas de acordo com as regras do Remessa Conforme que chegaram pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos e enviadas, em seguida, ao centro dos Correios, no bairro do Jaguaré, na cidade de São Paulo, para o desembaraço pela Receita Federal.
AUMENTO DE PREÇOS
O noticiário econômico deu destaque na semana passada ao resultado da análise elaborada pelo BTG Pactual em torno da cesta de oito produtos de moda vendidos pela Shein em 15 países – vestido, calça jeans, jaqueta, saia, suéter, camiseta, botas e bolsa. Na edição de outubro da análise, em dólar, o Brasil é o segundo mercado mais caro do mundo em relação a essa cesta vendida pela varejista, avaliada em US$156 no país.
Na comparação com a análise anterior, de maio, o Brasil saltou da sexta posição entre os 15 países pesquisados para o segundo lugar de mais caro na edição atual, atrás do México (US$167).
Do relatório consta ainda a comparação de preços (em reais) da cesta da Shein com três concorrentes locais – Renner, Riachuelo e C&A. O banco observa que a diferença diminuiu em relação a maio, ainda que a varejista com sede em Cingapura continue a mais barata deles. Estimada em R$788, a cesta da Shein seria 26% menor que a mesma cesta na Renner; 22% menos que na Riachuelo; e 17% menos que na C&A.
foto: divulgação