‘For the Love of Fashion’ criado pela National Geographic percorreu três países para mostrar iniciativas mundiais de lavouras orgânicas e sustentáveis.
A National Geographic em parceria com a C&A produziu o documentário ‘For the Love of Fashion’ que estréia no Brasil dia 25 no canal a cabo NatGeo abordando o cultivo do algodão orgânico e o processo até chegar ao produto final. A idéia do filme é disseminar informações sobre os processos sustentáveis e despertar a consciência ambiental através do conhecimento dos impactos da agricultura no aquecimento global.
A apresentadora Alexandra Cousteau, neta do explorador e documentarista Jacques Cousteau, viajou para vários países do mundo como Estados Unidos, Alemanha e Índia, para mostrar as iniciativas sustentáveis no cultivo do algodão e as marcas que estão adotando essa matéria prima em seus produtos.
Dados mostram que 2,4% das terras cultiváveis do mundo são destinados à plantação do algodão, consumindo 24% do total de inseticidas e 11% dos pesticidas vendidos. O algodão orgânico representa 1% da colheita anual mundial.
Em sua visita à Índia, Alexandra acompanhou a mudança de diversos produtores nos campos de cultivo de algodão a partir do apoio da WWF (Wild Nature Institute) derivado de um programa para a preservação dos tigres de bengala. Para proteger o animal era preciso pensar sobre as condições de vida da população no entorno das florestas que tinham pequenas lavouras de algodão. A entidade apresentou a eles a alternativa da produção orgânica, adotada gradativamente, devido aos ganhos econômicos. Na produção orgânica, por exemplo, não é necessário a compra anual de sementes que são providas pelo algodão natural (não transgênico). A população indiana aprendeu a fazer adubo a partir das fezes do gado e repelentes naturais de insetos com pimenta, alho, cebola e gengibre. A produção emprega mão de obra familiar local, pois a colheita não é mecanizada. O projeto tornou-se economicamente viável porque os produtores deixaram de se endividar com a compra de sementes, defensivos agrícolas e inseticidas. Além da WWF, a produção é apoiada por compradores europeus e norte-americanos, pois esse algodão é mais caro que os demais plantados de forma convencional.
Alexandra Cousteau também visitou o Texas onde a plantação de algodão transgênico é mecanizada e usa pesticidas e inseticidas tradicionais. E também a Califórnia onde teve início um movimento de lavouras orgânicas para abastecer a indústria local. No entanto, é inegável o impacto da produção tradicional sobre o preço. O quilo da pluma do algodão tradicional custa US$ 1,35 contra US$ 3,30 da pluma orgânica. Conforme afirma Alexandra Cousteau no documentário, ainda há um longo caminho a ser percorrido pelos fabricantes e confeccionistas e em toda a cadeia da moda para que a adoção maciça do produto ganhe escala e torne a matéria prima mais barata.
A Textile Exchange, entidade mundial que reúne várias indústrias a favor de uma produção sustentável, assim como a BCI (Better Cotton Iniciative), têm como meta que 100% dos cultivos sejam sustentáveis ou orgânicos e que pelo menos 70% das peças de roupas nas lojas tenham sido confeccionadas com essa matéria prima até 2020.