Tratamento sem resíduo

Grupo de 14 lavanderias de Maringá investe em torno de R$ 500 mil na aplicação industrial de processo desenvolvido pela Universidade Estadual de Maringá

Um grupo de 14 beneficiadores de jeans de Maringá e região, no Paraná, foi criado em torno de um programa de gestão ambiental coordenado pelo IDR (Instituto de Desenvolvimento Regional), que vai consumir quase R$ 700 mil nos próximos dois anos. Junto com pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM), as empresas participam de três projetos – dois voltados a encontrar destinações para o lodo gerado nos processos de lavanderia e um terceiro, mais ambicioso, que propõe um novo tratamento de efluentes pelo qual não haveria resíduo.

 

O processo de foto oxidação catalítica foi considerado tão inovador que recebeu recursos da Finep (Financiadora Nacional de Estudos e Projetos). Em maio, foram liberados R$ 360 mil, a serem desembolsados nos próximos dois anos. O financiamento exige contrapartida por parte das empresas, que vão bancar R$ 180 mil em ações destinadas à evolução da pesquisa.

 

“O processo fototêxtil funcionou em laboratório. Os recursos da Finep vão possibilitar a aplicação dele em escala industrial”, explica Sebastião Freitas, consultor do IDR, que participa do programa de gestão ambiental da indústria têxtil e de confecções. Da pesquisa desenvolvida pelos pesquisadores da UEM, participaram três beneficiadoras – Dinâmica, CLI e Cidade Verde. Os termos de cooperação com o IDR que começam a ser assinados a partir de amanhã incluem outras 11 lavanderias (veja o quadro). A expectativa é de dentro de um ano, portanto em agosto de 2007, seja possível começar os pilotos em escala industrial, explica Freitas. “Ou, no máximo, em 14 meses”, diz.

 

Lavanderias que participam do programa
Altonia
Arco Íris
Cidade Verde
CLI
Costa Oeste
Dinâmica
Jomini
José Luiz Baú
LavaOeste
Pérola
Rabelo e Faria
Scalon
Star Blue
Textil Lav

 

 

 

Sem passivo ambiental

 

“No total, estamos alocando R$ 670 mil, em dois anos, de modo a zerar qualquer tipo de problema ambiental”, ressalta Freitas. Para os outros dois projetos, as empresas vão destinar mais R$ 130 mil. Essas iniciativas são relativamente mais simples de serem aplicadas. Entre as opções estão usar o lodo final como componente da fabricação de tijolos ou lajotas e como adubo – para lavoura de milho ou em áreas de reflorestamento com eucaliptos. “Seriam alternativa mais econômicas de destinação do lodo que, hoje, é um passivo ambiental para as lavanderias”, explica Luiz Eduardo Borin Gonçalves, diretor geral da Dinâmica, uma das maiores do estado, com produção estimada em 250 mil peças beneficiadas por mês.