Espaço é um laboratório destinado a experimentos de inovação, aberto a empresas do setor têxtil e de vestuário
Ontem, 18 de dezembro, o Cetiqt (Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil) do Senai inaugurou o Fashion Lab. O espaço de 400 metros quadrados de área foi montado na sede da instituição na cidade do Rio de Janeiro. Entre a concepção do projeto e a instalação foram seis meses, conta Fabian Diniz, gerente do Instituto Senai de Tecnologia em Têxtil e Confecção do Cetiqt. É um laboratório aberto, planejado para suportar experimentos de inovação das empresas do setor têxtil e de vestuário. Inovações tanto em termos de novos produtos, quanto de novos materiais ou ainda de processos produtivos.
Duas empresas cariocas já esperam a abertura do novo edital de Inovação, em janeiro, para levar adiante seus projetos, conta Diniz. É a Osklen e a Reserva. Uma terceira companhia, um fabricante de denim, negocia sua participação. A expectativa é ter projetos em andamento ainda no primeiro semestre de 2019. As empresas podem recorrer ao Fashion Lab discutindo projetos diretamente com o Cetiq ou através dos editais de Inovação para a Indústria.
Os recursos dos editais são bancados pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), pelo Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e pelo Sesi (Serviço Social da Indústria). Empresas de qualquer porte podem inscrever suas propostas nas cinco categorias de cada edital. O primeiro foi lançado em maio de 2018. Os aportes previstos para o ano de 2018 somariam R$ 55 milhões.
RECURSOS DO LABORATÓRIO
O Fashion Lab está dividido em dois setores. Um lado tem recursos e ferramentas para criação e desenvolvimento de produtos de moda, particularmente de vestuário, desenvolvimento de novos materiais, construção de protótipos. Do outro lado, conta com uma planta modelo de confecção, pensada para funcionar como um ambiente de capacitação, experimentação e análise de produção para empreendedores, empresas e alunos, explica Marcelo Ramos, curador do Senai Brasil Fashion, projeto de educação profissional desenvolvido pelo Cetiqt.
É diferente da planta 4.0 que funciona como um showroom de alto nível de uma fábrica do futuro. O conceito por trás do Fashion Lab é disponibilizar tecnologias inovadoras a serem testadas pela indústria da moda em situações reais e reproduzidas no ambiente produtivo. Do desenvolvimento à produção de um protótipo. Para montagem do laboratório foram investidos em torno de R$ 2 milhões. A maior parte gasta com a compra de uma impressora 4D multimateriais. É a primeira máquina do tipo para aplicação têxtil instalada na América Latina, assegura Diniz.
É 4D porque a quarta dimensão é a capacidade de movimento. Também é multimateriais porque permite trabalhar até seis materiais diferentes ao mesmo tempo. Entre os serviços que o laboratório pode prestar está a contratação de hora/máquina da impressora para construção de protótipos.
O ambiente conta ainda com impressora 3D, cortadora a laser, cortadora de vinil, fresadora de alta precisão, máquina de costura de ultrassom, plotter. Tem outros recursos para planejar, desenvolver, construir e validar novos projetos e produtos, como software de simulação, entre outras ferramentas. “Será possível realizar projetos de manufatura aditiva, fabricação digital para desenvolvimento de produtos, acessórios, aviamentos, calçados”, descreve o Cetiqt.
Conforme Diniz, dentro do laboratório é possível reproduzir de forma real e física boa parte dos produtos, sobretudo os feitos de malha. Para tecidos planos, como o denim, a opção são os recursos de simulação.
FÁBRICA MODELO E SIMULAÇÃO DE VENDAS
A área de produção dispõe de maquinário completo e novas tecnologias para experimentação de técnicas mais enxutas de confecção. “Com o Fashion Lab e a Fábrica Modelo, a indústria não precisa parar sua produção para explorar um novo produto ou pensar em um novo nicho de atuação”, afirma o gerente do Cetiqt.
No Fashion Lab os usuários contarão também com uma área de ‘Simulação de Ponto de Vendas’. Em um ambiente de realidade virtual e aumentada, será possível testar estratégias de comercialização e interação entre consumidor, produto e marca. O ambiente tem reservado um espaço de co-working, além de uma ‘Arena Central’, com tela de projeção 360° para debates, palestras e apresentações de projetos.