Comércio eletrônico cresce em mercados de nicho

Marketplaces também estão mudando perfil de vendas, direcionando o consumidor diretamente para as fábricas.

O segmento de comércio eletrônico na área de moda e acessórios está a todo vapor no Brasil. Pesquisa da WebShoppers, realizada pela Ebit, prevê crescimento de 12% até o final de 2017. Com a crise econômica e o aumento da concorrência, os mercados mais quentes são os de nicho, com potencial de se diferenciar. “Um segmento promissor é o de moda infantil que cresceu 7% no último ano com uma taxa de troca de apenas 5% comparada a mais de 10% em outros mercados de moda”, afirma Juliana Della Nina, head de marketplace da Infracommerce.

A empresa, que presta serviços de comércio eletrônico para várias marcas de moda, aumentou em 12,5% as vendas para esse mercado em 2016 e 28% só no primeiro semestre de 2017, com expectativa de crescer 42% até o final de 2017. Uma empresa que está para lançar um marketplace de moda infantil com solução de gerenciamento da Infracommerce é o Extra.

Juliana também aponta uma mudança no perfil dos marketplaces que, ao invés de comprarem estoques das diversas marcas, começaram a atuar apenas como intermediários, colocando o consumidor em contato direto com a fábrica. “A concorrência e as baixas margens de lucro fizeram as lojas online redirecionar o cliente para a própria marca ganhando comissão pela venda, mas sem ter que gerenciar estoques”, explica.

Outro nicho interessante no comércio eletrônico, segundo a executiva, é de consumidores vendendo para consumidores (C2C) com o crescimento de brechós online como o Enjoei. “Ainda tem muito espaço para a venda de roupa infantil usada, já que a criança perde peças muito rápido”, diz Juliana.

MOTIVADORES DE COMPRA ONLINE
Outro estudo, esse da Conversion, aponta que 84% dos consumidores comprariam mais de forma online se o frete fosse grátis. O levantamento contou com a participação de e-consumidores dos 26 estados do país. Além do serviço de entrega gratuito, outras ações podem ajudar a impulsionar as vendas digitais. De acordo com a pesquisa, o cupom de desconto é considerado a melhor forma de fidelizar um cliente por 77% dos entrevistados.

Com relação à experiência de navegação, 80% dos consumidores online valorizam boas fotos e ficha técnica em uma página de produto. Além disso, 64% dos entrevistados consideram os depoimentos na página do produto como fator de influência na decisão de compra.

Para aumentar as vendas, as lojas online também devem ficar atentas à maneira como se comunicam com seus consumidores: 51% das pessoas afirmaram que comprariam mais pela internet se descobrissem ofertas de produtos que não encontram no mercado. Outro meio de informação relevante aos e-consumidores encontra-se no e-mail marketing: 41% das pessoas disseram que realizariam mais compras se recebessem ofertas e promoções por e-mail.

Entre os motivos que levam o consumidor a desistir da compra, além da cobrança de frete (77%), a pesquisa aponta falta de confiança na página de compra, motivo que afasta 46% dos usuários online. A melhor experiência de compra também deve ser a mais rápida: 39% dos consumidores sinalizaram que a demora nas etapas para finalizar o pedido pode fazê-los desistir da transação, mesmo que já tenham decidido sobre o produto.

Para a realização da pesquisa Consumidor Digital 2017 da Conversion, foram ouvidas 697 pessoas das cinco regiões do Brasil, das classes A, B, C, D e E, nas faixas etárias: geração Z = até 25 anos; geração Y = entre 26 e 37 anos; geração X = entre 38 e 57 anos; e acima de 57 anos.