Selo de qualidade que tinha como alvo fornecedores do grande varejo expande auditoria para outras empresas interessadas.
A Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX) está abrindo o programa de certificação de fornecedores para todas as empresas interessadas no selo, indo além da cadeia ligada ao grande e médio varejo. Segundo Edmundo Lima, diretor executivo da entidade, a certificação, criada em 2010, alcançou 15% dos cerca de 30 mil fornecedores que incluem oficinas de costura, lavanderias e empresas de bordado. “Queremos capturar novas empresas desse universo de fornecedores que buscam ampliar seus mercados”, afirma Lima. Seriam fornecedores do setor têxtil que ainda não fazem negócio com o grande varejo.
Desde 2010 a ABVTEX auditou e homologou 4.112 empresas de grande, médio e pequeno porte, sendo 1.195 micro e pequenas empresas. Elas estão presentes em 18 estados e 680 cidades têm pelo menos um fornecedor certificado. Só no ano passado, a ABVTEX realizou 5 mil auditorias.
Para avaliar a percepção dos empresários sobre o selo, a entidade fez uma pesquisa com 2 mil fornecedores que participaram ou não do programa. Entre os principais benefícios apontados por essas empresas estão a mitigação de riscos de passivos trabalhistas e a redução dos acidentes de trabalho. “Segundo esses fornecedores, a partir das melhorias implementadas, os funcionários trabalham de forma mais motivada, com redução do absenteísmo e aumento da produtividade”, afirma Lima. De acordo com o diretor, além do grande varejo, outras empresas estão exigindo a certificação de seus fornecedores, validando a eficácia do programa. A pesquisa completa será divulgada pela ABVTEX no final do fevereiro com detalhamento de custos das auditorias. Para renovar anualmente a certificação o fornecedor desembolsa entre R$ 600 a R$ 1 mil, conforme o porte.
O estado com maior índice de fornecedores certificados é Santa Catarina com 43%, vindo a seguir São Paulo com 28%. A auditoria da ABVTEX analisa fatores como a formalização da mão de obra, o ambiente de trabalho e relacionamento com a direção,fazendo entrevistas individuais com uma amostra de funcionários. A cada um desses critérios é dada uma nota e, caso a empresa fique abaixo de 70% é definido um plano de conformidade com prazo de 90 dias para ser cumprido.
Segundo Lima, com a crise econômica, houve aumento do nível de informalidade no setor de moda com impacto na cadeia produtiva, tornando ainda mais importante divulgar a importância da certificação.
