Aumenta prejuízo da Marisa

Varejista de moda continua a ajustar operação sob o efeito negativo da inflação e do crédito caro do país sobre as vendas do terceiro trimestre.

A avaliação de que o segundo semestre poderia começar melhor que o primeiro não prosperou, e a Marisa aprofundou o prejuízo líquido no terceiro trimestre, apesar de considerar que os ajustes implementados na operação da companhia caminham no sentido correto. Em setembro, as perdas somaram R$ 46,20 milhões que representam um agravamento de 72% sobre o prejuízo registrado em igual período do ano passado e mais que o dobro de todo o primeiro semestre.

Dessa forma, a perda acumulada nos primeiros nove meses do ano subiu para R$ 82 milhões, quase 60% a mais que o estrago sentido de janeiro a setembro em 2015. Também a receita líquida caiu no terceiro trimestre, mostram os dados do balanço financeiro divulgado pela empresa. A receita líquida de varejo foi de R$ 471,96 milhões, que representou queda de 19,2% em comparação com o mesmo trimestre do ano passado. A receita operacional líquida, que inclui produtos e serviços financeiros, alcançou R$ 629,21 milhões no período, recuo de 15,8% sobre o ano passado.

CONTENÇÃO
Prevendo que o ambiente macroeconômico difícil do Brasil deva se prolongar até meados do próximo ano, a Marisa avalia que o país ainda possa enfrentar “deterioração adicional no nível de desemprego”, considerado o principal fator de redução do tráfego na rede de lojas. O prejuízo também é atribuído à inflação e ao crédito caro que pesam no bolso do consumidor e inibem reajustes mais acentuados no preço médio dos produtos.

Como medidas de proteção, entre julho e setembro, a Marisa promoveu um nível de remarcação menor de preços e ajustes no mix de produtos, que ainda assim não foram suficientes para conter a queda no volume de peças vendidas. Outra providência de reduzir tamanho do estoque, que se estende desde o ano passado, continuou pelo terceiro trimestre. Segundo o relatório de resultados, a Marisa reduziu os estoques em volume de peças da ordem de 19,2%, em relação ao ano anterior, “sem gerar impacto no abastecimento das lojas”, frisa.

A contenção passa pela rede de lojas. No terceiro trimestre de 2016, não foi aberta unidade alguma, permanecendo com os mesmos 398 pontos de venda que operava ao final do primeiro semestre, sendo 15 a menos do que tinha em dezembro de 2015.