Novo relatório da Bain & Co revela que as vendas em 2013 cresceram 2%, valor influenciado pelas flutuações do euro ao longo do ano, e também desenha as sete faces do consumo.
Mesmo com a mudança de regras do governo chinês que afetaram o mercado de luxo local, a China Mainland ultrapassou em 2013 a França no ranking dos dez países que sustentam o consumo de bens luxuosos do mundo, elaborado pela consultoria Bain&Co, que anualmente publica relatórios específicos dessa área. Assim, a China passa a ocupar a quarta posição, atrás de Estados Unidos, Japão e Itália. Completam a lista, na seqüência, França, Reino Unido, Alemanha, Coréia do Sul, Hong Kong e Rússia.
De acordo com o estudo da Bain, Lens on the Worldwide Luxury Consumer, o mercado de luxo fechou o ano passado avaliado em 217 bilhões de euros, movimentados por 330 milhões de consumidores, no mundo todo. Os resultados foram divulgados em Milão, na Itália, no início da semana. Desse total, 28% correspondem a acessórios, 25% a roupas, 23% a bens (carros, iates, etc), 20% a produtos de beleza e 4% a outros.
O novo estudo define as sete novas faces do consumo de luxo global, mostrando as diferenças culturais entre países e entre gerações.
1 – Omnivore: gastam em média 2.35 mil euros por ano e constituem 25% dos gastos globais. Recém-chegados ao mercado, são mais jovens que a idade média dos demais grupos, principalmente, mulheres, que preferem comprar jóias e relógios. Preferem fazer compras em lojas das marcas e compram, geralmente, durante viagens. Muitas de suas compras são feitas durante a viagem. Eles preferem marcas que estão em evidência e, por isso, o grau de fidelidade é bastante baixo. Sobretudo consumidores chineses se enquadram nessa categoria de consumo.
2 – Opinionated: com média de gasto anual de 1,75 mil euros por ano, sustentam 20% dos gastos. São considerados, os consumidores mais bem qualificados, que sabe diferenciar bem as marcas e preferem artigos de couro e relógios. Compram nas cidades onde moram, sendo influenciados por informações online e redes sociais. Parte está na China e são predominantes na Europa Ocidental e nos Estados Unidos, afirma o estudo.
3 – Investor: gastam em média 1,45 mil euros por ano, representando 13% das vendas. Dão muito valor a qualidade e durabilidade dos produtos, como relógios que podem ser repassados a outras gerações. Nessa categoria estão compradores de mercados maduros, como Japão e Oriente Médio, que escolhem o que vão comprar de maneira cautelosa.
4 – Hedonist: têm gasto médio anual de 1,1 mil euros, sustentando 12% das vendas. São apaixonados por bens de luxo e mais ainda pela experiência de compras. Preferem acessórios, tendem a exibir os logotipos das marcas, são influenciados pela publicidade e demonstram pouca defesa da marca que adquirem. Eles estão distribuídos por entre todas as nacionalidades e gerações.
5- Conservative: desembolsam mil euros por ano e formam 16% dos gastos. É gente mais velha e tradicional, que compra em lojas multimarcas e são influenciados pela opinião de amigos e familiares. São encontrados nos mercados já estabelecidos e uma pequena parte na China.
6 – Disillusioned: dedicam 800 euros por ano e constituem 9% das vendas. Mas, sofrem do que os especialistas chamam de ‘fadiga do luxo’. Optam por produtos que duram mais de uma temporada e são pouco suscetíveis a publicidade e mensagens de marcas. Compram com pouca frequência e quando podem, preferem comprar pela web. O segmento é dominado pelas mulheres, especialmente dos Estados Unidos, Europa e Japão.
7 – Wannabe: dedicam 500 euros por ano e correspondem a 5% do total. Em geral, são mulheres que preferem marcas acessíveis e produtos que possam ser combinados a outros itens de fora do espectro do luxo. Compram por impulso, demonstram pouca fidelidade a marcas, sendo influenciados por amigos e publicações de moda. Representam a classe média nos Estados Unidos e países da Europa ocidental, e novos consumidores da Europa oriental.