Holding dona da Le Lis registra lucro de R$55 milhões em 2022, puxada pelo quarto trimestre.
A conversão de dívida em participação acionária capitalizou a Veste, novo nome da antiga Restoque, e a holding reverte o prejuízo de balanços passados. Fechou 2022 com lucro líquido de R$55,2 milhões. O resultado foi puxado pelo desempenho do quarto trimestre, quando anotou lucro líquido de R$224,8 milhões, depois de três trimestres operando com prejuízo líquido.
Mediante a capitalização da quase totalidade das debêntures no capital social, a companhia reduziu a dívida bruta, que totalizava R$ 1,77 bilhão, para R$130 milhões, dos quais R$117 milhões a serem pagos em até oito anos e R$13 milhões em até 18 anos. Em seguida, em dezembro, iniciou a operação para um aumento de capital adicional de R$100 milhões, concluída em fevereiro.
A receita líquida da Veste registrou R$1,06 bilhão, aumento de 21,6% sobre 2021, creditado sobretudo ao crescimento das vendas a preço cheio para o consumidor final, que também melhorou a margem.
Em teleconferência com investidores, o novo CEO da Veste, Alexandre Afrange, disse que a empresa está preparada para um plano de crescimento das vendas. “Estamos focados no nosso negócio. Isso não impede a olhar oportunidades de mercado [compra de outra empresa]. Mas não é nossa prioridade”, afirmou o executivo.
AJUSTES
No caminho para a Veste, antiga Restoque, a companhia fez uma série de ajustes entre os quais reduziu o tamanho da rede de lojas. Fechou 37 unidades ao longo de 2022, para encerrar o ano com 188 lojas em operação.
Dessas, 74 são da Le Lis; 46 da John John; 39 da Dudalina, a que mais encolheu (-16 pontos); 18 da Bo.Bô; 10 do outlet Estoque; e uma da Individual. A holding controla ainda a Rosa Chá que no terceiro trimestre fechou as oito lojas que tinha e continua em processo de reposicionamento de marca.
A Le Lis é a principal marca do grupo, contribuindo com faturamento bruto de R$579 milhões em 2022. Seguida por John John, com receita bruta de R$252 milhões, ultrapassando assim a Dudalina que faturou R$226 milhões.
No ano, a Veste investiu R$130,7 milhões.
Com as alterações de capital, a composição acionária da Veste contempla 36,6% sob controle da WNT Gestora de Recursos; 19,4% com o BTG Pactual; 19,3% com a Geribá Participações; e 10,6% com a Porto Empreendimentos. O restante está diluído.