Denim é base de obras em mostra online

Denim é base de obras em mostra online

Galeria Kogan Amaro exibe trabalho do artista Carlos Mélo, que reflete sobre o impacto da indústria têxtil no Agreste Pernambucano.

Denim é base de obras em mostra online

Com forte atuação em arte contemporânea, a Galeria Kogan Amaro abre mostra online na qual o denim é base das obras apresentadas. Exibe o trabalho do artista Carlos Mélo na série Overlock, que fica no ar no site da galeria até 29 de maio. Conforme o espaço, com essas esculturas Mélo reflete sobre o impacto ambiental e cultural da indústria têxtil, sobretudo, do denim, no Agreste Pernambucano.

É um trabalho colaborativo pelo qual ele usa o denim “encorpado” confeccionado pelo Daterra Project, que recria tecidos a partir do reaproveitamento de resíduos têxteis de confecções de jeans da região. O projeto instalado na Vila do Vitorino basicamente aproveita ourelas de denim que seriam descartadas.

Em parceria com o Avoante Ateliê, de Caruaru, Carlos Mélo trabalha o tecido com bordados, aplicações de spikes, miçangas, paetês, faixas metálicas autocolantes e outros elementos, que transformam o tecido.

O resultado são trabalhos inéditos nos quais o denim é base e que foram desenvolvidos durante a pandemia de covid-19 no ano passado.

INSTALAÇÕES DE QUASE 2 METROS DE ALTURA

Para a exposição, as esculturas foram montadas ao ar livre em um terreno antes empregado para atividades agrárias. Dispostos sobre estruturas de ferro fixadas em árvores ou no chão, os tecidos formam esculturas que chegam a medir 1,80 metro de altura e pesar aproximadamente 30 quilos, conforme descreve o comunicado da galeria à imprensa.

Ainda de acordo com Mélo, a instalação dessas esculturas em território agrário esvaziado “evoca a falta de políticas públicas agrícolas como fator que impulsionou a transição do trabalho do campo para fábricas de costura montadas em casa”.

O título da série, Overlock, faz menção à conhecida máquina de costura industrial. Mélo é natural de Riacho das Almas, município que compõe o Agreste de Pernambuco onde ele vive.

“As peças são obras autônomas, mas também criam uma instalação. A ideia da exposição virtual foi montar as esculturas inseridas na paisagem ampliando o campo relacional entre a arte e o lugar, a natureza e a tecnologia, além do artista como agente cultural capaz de não apenas produzir obras de arte, mas também produzir sentido”, declarou o artista.