Alunos da instituição apresentaram coleções reaproveitando tecido do kitesurf, com renda feita em impressora 3D, tingimento com lama de Mariana, roupa que vira duas, entre outras experiências
Na semana passada, o Senai mostrou em desfile no Museu do Amanhã, na cidade do Rio de Janeiro, o resultado de três meses de trabalho realizado por 12 duplas constituídas por alunos de diversas unidades da instituição. Cada dupla, formada por um estilista e um modelista, apresentou coleção com três modelos cada uma, desenvolvidos sob o tema ‘Moda é Futuro. Futuro é Moda’. Para a criação, alguns estudantes resolveram fazer experimentações.
A dupla de Goiânia elaborou um vestido de linhas futuristas feito de renda branca produzida em impressora 3D, com filaflex, material semelhante ao silicone. Segundo o Senai, o vestido levou 250 horas para ser impresso. Os outros dois looks da coleção, um conjunto de saia e top, além de vestido, foram confeccionados em couro cortado a laser com modelagem de encaixe para evitar costura.
De Colatina, cidade do Espírito Santo, veio a ideia de fazer escamas de organza tingidas com lama do rio Doce, que escorreu desde Mariana (MG), com o rompimento da barragem do Fundão, da companhia Samarco, que provocou um grave desastre ambiental. Antes de ser aplicada, o Senai explica que a lama foi tratada no laboratório de materiais de construção do IFES de Colatina. As escamas de organza foram coladas uma a uma e combinadas com paetês.
Aproveitando a onda da prática de kitesurfe pelas praias do estado, os alunos do Ceará colheram o material multicolorido das pipas (espécie de parapente), que foi usado para compor roupas de cortes amplos e pegada esportiva. Outra dupla do Espírito Santo, da unidade de Vitória, recorreu a tecido de estofamento recoberto com impressão de tinta plástica, para criar textura e confeccionou casacos bem pesados.
Uma das duas duplas da Paraíba selecionadas para o Brasil Fashion trabalhou fios de algodão colorido, cultivado na região, que foram encerados e colados um a um para compor macacão, calça e maiô com textura de capitonê. De acordo com informações divulgadas pelo Senai, só a saia pesa em torno de dez quilos.
Funcionalidade foi a inspiração da dupla paulista que criou coleção com vestido que vira saia, a saia que vira bermuda e calça que vira bermuda.
QUARTA EDIÇÃO DO CONCURSO ANUAL
Em 2017, o Senai Brasil Fashion promoveu a quarta edição do concurso para a qual se inscreveram 300 alunos, diz a instituição que mantém escolas em 16 estados. Puderam participar estudantes de cursos de longa duração nas áreas de Moda, Vestuário e afins. Eles tiveram que formar duplas entre um aluno de Estilismo ou Design de Moda e um aluno de Modelagem do Vestuário.
Foram aprovadas 12 duplas, de dez estados, que desenvolveram as minicoleções sob a orientação de estilistas renomados. Alexandre Herchcovitch trabalhou com os alunos de Criciúma (SC), São Paulo (SP) e Natal (RN); Lenny Niemeyer orientou as duplas de Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ) e Campina Grande (PB); Lino Villaventura ficou com os estudantes de Belo Horizonte (MG), Vitória (ES) e João Pessoa (PB); Ronaldo Fraga coordenou as duplas de Colatina (ES), Goiânia (GO) e Fortaleza (CE). Para apresentar as criações, desfilaram tops internacionais, como Carol Trentini, Renata Kuerten e Isabelli Fontana.
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