Proteção anticovid desenvolvida pela empresa nacional de nanotecnologia já está nas bases de workwear e na linha de coloridos.

A Santista lançou a linha Bio Protect, de acabamento anticovid. Começou pela sarja, para uniformes e moda, com tecnologia fornecida pela Nanox, empresa nacional de nanotecnologia. “Estamos em fase final de testes para o denim. Em
breve, concluindo as avaliações”, afirma Inácio Silva, gerente de marketing do fabricante têxtil. Segundo o executivo, a proteção foi aplicada em 95% das bases da unidade workwear.No desenvolvimento, a empresa priorizou as roupas profissionais destinadas a profissionais da saúde. Por enquanto, como outros acabamentos disponíveis no mercado à base de prata, o limite da eficácia da proteção fica em torno de 30 lavagens caseiras, com água em temperatura ambiente, e industriais a 27ºC. “Estamos estudando se suportaria água a 40ºC”, conta o gerente.
Outra frente de pesquisa em parceria com a Nanox é verificar se a barreira protetiva do acabamento suportaria 50 lavagens. De forma que duraria praticamente um ano. Esse é o objetivo pretendido. Silva lembra que o ano tem 52 semanas e que, geralmente, os uniformes são lavados uma vez por semana pelas empresas.
SANTISTA USA TECNOLOGIA BRASILEIRA
A tecnologia Nanox Clean já está no mercado há 16 anos, servindo para conter fungos e bactérias, que nos tecidos provocam os maus odores. O produto é aplicado em outros setores como em embalagens de alimentos, informa Guilherme Tremiliosi, head de desenvolvimento têxtil da Nanox Tecnologia, que participou do webinar de lançamento do acabamento antiviral Bio Protect, promovido pela Santista, na semana passada.
Ele destacou que se trata de tecnologia nacional, desenvolvida e aperfeiçoada mediante recursos de agências governamentais de fomento para pesquisa e desenvolvimento. Também fez questão de salientar que as pesquisas para obter a variante antiviral do Nanox Clean se concentraram na cepa brasileira do Sars-CoV2, causador da covid-19. Mais especificamente os pesquisadores trabalharam a cepa isolada de amostras dos primeiros pacientes infectados no país, tratados em São Paulo.
Se a proteção serve para cepas do SarsCov2 em outras partes do mundo, Tremiliosi, diz que provavelmente sim, mas que a resposta dependeria de testes como os aplicados para a classe brasileira do vírus.
O Bio Protect da Santista age com as três barreiras do Nanox Clean: anticovid, antibacteriana e antifúngica.
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