Não basta criar páginas em diferentes meios de compartilhamento virtual ou atingir uma legião de seguidores. O importante é mostrar por que as pessoas deveriam comprar na sua loja. Veja o que postar, qual rede escolher, sugestão de ações para sacudir as vendas, cuidados ao traçar o perfil da loja e muito mais.
Facebook, Twitter, Instagram, Pinterest, Flickr e muitos outros menos famosos são jeitos divertidos de aparecer e compartilhar interesses pela web com gente de tudo que é lugar. Mas, para empresas, nem sempre ter 1 milhão de amigos significa uma conta mais gorda no final do mês. A presença virtual pode, sim, funcionar como uma propagadora de bons contatos desde que a loja tenha o que mostrar para o público que criou em torno de seu perfil.
Usar as redes sociais como tática de marketing exige disciplina e planejamento. Por si só, a presença nessas redes de compartilhamento não faz dinheiro. Pode trazer exposição, permitir o contato mais pessoal com os clientes, ajudar a construir uma reputação positiva para a loja e, também, atrair novos clientes, reativar os que já foram e estão desaparecidos, assim como informar os que são de casa das novidades que estão à espera de visita. Para funcionar, como em qualquer campanha de divulgação, depende de um bom plano de ação. De saída, uma recomendação: não cometa o erro de presumir que todos seus clientes estejam conectados em redes sociais. Cuide para manter contato com os desplugados, que não são tão poucos assim, e mantenha um blog ou site para falar com aqueles que resistem a ter um perfil onde quer que seja.
“Não orientamos nossos clientes que entrem em redes sociais para ganhar dinheiro diretamente. Nós os instruímos para que fiquem mais próximos de seus clientes para, depois, ter um retorno financeiro”, afirma Alexandre Suguimoto, presidente da APADi (Associação Paulista de Agências Digitais), também CEO e diretor de criação da Zaw, Indústria Criativa. Ele argumenta que a melhor estratégia é ter fãs que sejam fiéis consumidores, ou seja, além de curtirem a sua página, também comprem os produtos da loja.
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Perfis desatualizados
Não crie contas nas redes, se não tiver tempo para alimentar todas ou recursos para contratar alguém que faça o trabalho. Se for o caso, eleja uma e trabalhe com afinco nela. Nada mais desolador que um perfil abandonado. Leva quem procura a se perguntar se a loja ainda existe. É preferível se manter offline, a não ter o que falar.
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Objetividade
A Loja Qualquer Coisa é especializada em moda, sempre antenada com as últimas tendências. Sério. Você já leu essa descrição em algum perfil. Se a pessoa não for cliente daquela loja, dificilmente, vai se tornar um. O que vende a loja? Roupas, calçado, bolsa, bijuterias, jóias, malas, botão, uniforme de time? Seja simples e direto, sem firulas. Assinale o item pelo qual a loja é mais reconhecida (exemplo: roupas femininas). No caso de uma multimarcas, é fundamental apontar quais são as marcas que comercializa, de forma a atrair o interesse de pessoas que não sejam seus clientes, porém, estão perto de você e têm interesse no perfil de roupas da loja. Coloque o endereço.
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Freqüência de atualização
.: Defina o tempo que vai investir na atualização do seu status. Será todo dia? Quantas vezes por dia? Defina essa programação de acordo com seus objetivos.
.: E seja qual for a periodicidade, lembre-se que qualquer uma das redes sociais exige esforço como verificar se há mensagens e postagens na página várias vezes por dia. É preciso interação com o público.
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Como interagir
.: Não se limite a partilhar conteúdo. A interação é essencial. Responda prontamente a solicitações ou comentários. Ao responder a consultas sobre disponibilidade de tamanho das roupas postadas, por exemplo, você começa a estabelecer uma boa conexão com a pessoa interessada. Antes de responder simplesmente qual o tamanho disponível, pergunte por qual numeração a pessoa está interessada. Pode ser que ela esteja fora da curva – ou muito grande ou muito pequena – e pode ser que você possa atendê-la. A postagem não vendeu, mas, atraiu a atenção de um potencial cliente, não perca a chance.
.: Agradeça os elogios e as sugestões. E avalie com serenidade as críticas e as reclamações. Seja transparente. No ambiente sem censura das redes sociais, as pessoas falam o que querem e se não forem bem atendidas, o primeiro lugar que procuram para reclamar é ali, ressalta Suguimoto, da APADi. E não vale apagar comentários negativos, para não ter que responder as reclamações que tenham fundamento. Conserte o que esteja errado.
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Foto do perfil
É como vitrine. Tem que ser legal. Não saia na porta munido do celular, tira a foto e posta aquela mesma. Cuide da imagem e escolha a imagem que melhor reproduza o espírito e o perfil da loja, que esteja no foco e sem o seu reflexo na vitrine com o flash espocando. Se tiver condições, contrate um fotógrafo profissional.
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Qual rede escolher
Sem recursos sobrando para investimento, proprietários de micro ou pequenas empresas precisam avaliar bem se estar nas mídias sociais vale a pena. Essa análise depende de saber quão ativos são seus clientes nesse universo e qual a rede mais empregada. No Brasil, o Facebook é o campeão de audiência. Contudo, o mercado da moda começa a usar com mais afinco as chamadas redes sociais de fotos. A imagem é o ponto de partida, e não o texto.
.: Facebook: segundo a empresa de pesquisa SocialBakers, o Brasil mantinha até dezembro 65 milhões de perfis, só perdendo em quantidade para os Estados Unidos. “É um grande banco de dados em que a gente fala o que gosta, aonde vai e tem ferramenta para fazer campanhas, que possibilita a seleção de pessoas que têm a ver com o que você está vendendo”, ressalta Luis Felipe Cota, diretor de marketing da agência de marketing digital Goomark.
.: Twitter: ferramenta de comunicação imediata. “Proporciona a oportunidade de ter contato mais pessoal com o cliente, de atender necessidades específicas”, explica Carlos Humberto Ferreira Silva Júnior, gerente de marketing digital da Netestudio. Já Cota, da Goomark, destaca que o Twitter deve ser explorado como ponte de acesso a outros lugares. “Uma boa frase que leva o usuário para outro lugar. O conteúdo mais profundo tem que estar no site da loja”, diz ele. Como ali se escreve pouco e precisa ser objetivo, o Twitter pode funcionar bem para promoções-relâmpago, do tipo “os dez primeiros que chegarem à loja ganharão 50% de desconto”, acrescenta Suguimoto.
.: Instagram: considerada a mais intimista das mídias sociais, criada para funcionar como aplicativo de smartphones ou tablets para postar fotos, com opção de efeitos do tipo retrô ou molduras, e ter pouco texto. A idéia inicial era publicar imagens exclusivas. Só que agora, a partir dele é possível compartilhar essas fotos com Twitter e Facebook. , a ideia é facilitar o acesso da ‘rede de amigos’ a imagens exclusivas, tendo ainda o benefício de expandir esse mesmo conteúdo pelas outras plataformas já conhecidas, como o Twitter e o Facebook.
.: Redes sociais de fotos: além do Instagram, tem outras, como Flickr e Pinterest. “São as redes que geram mais tráfego para o seu site, pois, os seguidores saem de lá e vão direto para o link da loja”, afirma Silva Júnior, da Netestudio. Por isso, é importante mostrar para o usuário onde encontrar mais detalhes sobre o look, por exemplo, salienta Cota, da Goomark. “Em redes como Flickr e Pinterest, a loja pode investir na criação e publicação de um catálogo, por exemplo”, acrescenta Suguimoto.
.: Outras redes gerais: Linkedin; Google+; Foursquare; Tumblr; de vídeo como YouTube, Mobli e Viemo; só para ficar em alguns exemplos porque o que não falta é rede social surgindo a toda hora.
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Para sacudir
O lojista pode transformar seguidores em clientes oferecendo promoções, cupons e outros incentivos.
.: Desconto: eleja uma peça que acabou de chegar, poste a foto, crie um código e ofereça desconto para o seguidor que mencionar o código. Ou dê desconto a quem mais compartilha os posts da loja.
.: Exclusividade: crie um mix de peças para ser vendida apenas para quem te segue em alguma das redes sociais.
.: Agrade o fã: poste foto de pessoas usando as roupas que compraram em sua loja. Ou permita que o fã poste a própria foto com as roupas, faz um concurso da combinação mais legal e dê um vale-compra para o vencedor.
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O que postar
.: Para Silva Júnior, da Netestudio, e Cota, da Goomark, a loja deve abordar assuntos relativos à moda, e não apenas sobre a loja e os produtos que vende, lembrando que os posts com foto são os mais visualizados. Coloque o look do dia; dicas de combinação; notícias interessantes sobre moda. Mas, dose bem esse conteúdo. “Isso ajuda a fidelizar o cliente, chama mais gente, porém, há o risco de as pessoas irem até lá apenas para ler os seus posts, sem intenção alguma de ir até a loja”, lembra Suguimoto, da APADi.
.: Só divulgue na página aquilo que a loja vende ou tem parecido, completa o presidente da APADi. Pense: adianta mostrar que a tendência no mundo inteiro é calça flare e só ter skinny para vender na loja? O concorrente agradece.
.: Não transforme o perfil da loja em diário pessoal. Se quiser colocar receita de bolo ou contar acerca de seu estado de espírito ou viagens, tenha uma página pessoal e compartilhe no perfil da loja.
.: Não poste fotos de seus produtos mais do que três a quatro vezes por dia. Essa prática exaspera o seguidor. E evite postar a mesma imagem duas vezes, recomendam os especialistas.