Internas do Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa, de Fortaleza, vão bordar peças e decorá-las com grafite e rendas para a fabricante.
A busca de alternativas de emprego e renda para as detentas do Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa, de Fortaleza, no Ceará, uniu a fabricante de jeans Fill Sete e a Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus) em um convênio. A marca irá contratar cinco internas que trabalharão em uma linha de produção da empresa instalada dentro da unidade prisional e serão responsáveis pelos bordados das peças. “A continuidade do projeto prevê a contratação de 30 internas nos próximos seis meses”, afirma a diretora da Fill Sete, Thaty Rabelo.
Com o trabalho, além da remuneração, as presas são beneficiadas com a remissão da pena: para cada três dias trabalhados, um é abatido da pena. A sala onde vão trabalhar bordando as peças foi reformada pela Fill Sete, ganhou ar condicionado, pintura e grafites nas paredes para deixar o ambiente mais acolhedor. Duas semanas de treinamento com a equipe da fabricante, incluindo o controle de qualidade, teve como resultado a finalização de 80 peças. A expectativa, segundo Thaty, é a produção mensal de 100 produtos bordados. “A qualidade das peças trabalhadas pelas internas é similar ao resultado de bordadeiras profissionais”, aponta a executiva.
Pensando no lado inclusivo da moda, a empresária destaca a importância de outras empresas da área de vestuário oferecerem oportunidades para as detentas como instrumento de ressocialização. “Para as empresas não é complicado participar. Para as detentas é uma mudança de vida. Quando saírem da unidade prisional, elas poderão ter uma vida digna, treinadas em uma profissão”, afirma Thaty Rabelo. Neste instituto prisional feminino já funcionam linhas de produção das marcas Famel e Colmeia.
Além dessa parceria, a Fill Sete desenvolve um projeto de estímulo ao grafite como manifestação artística e formação profissional que se chama “Grafitando Emoções”, desenvolvido em duas unidades prisionais masculinas. A empresa tem fábrica em Fortaleza com produção de 40 mil peças por mês e onze lojas próprias.