Aumentam franquias brasileiras no exterior

Pesquisa mostra tendência de internacionalização em que predominam os setores de acessórios e calçados, vestuário e beleza, saúde e produtos naturais.

As redes nacionais de franquias estão expandindo operações no exterior, segundo a quarta edição do Global Mindset na Internacionalização das Franquias Brasileiras, estudo realizado pelo Programa de Mestrado e Doutorado em Gestão Internacional (PMDGI) da ESPM em parceria com a ABF (Associação Brasileira de Franchising). O primeiro trabalho, de 2010, mostrava 65 redes de franquias brasileiras internacionalizadas. Em 2016, são 134 redes no exterior, conforme os resultados analisados de abril a outubro de 2016.

As redes mais internacionalizadas, dentre as 30 que operam em cinco ou mais países, mostra que 18 atuam no exterior prioritariamente pelo modelo de franchising. Os principais mercados de destino dessas empresas são Estados Unidos, Paraguai e Portugal. Das que atuam por meio de exportação predominam os setores de Acessórios e Calçados, Vestuário e Beleza, Saúde e Produtos Naturais.

Liz (presente em 22 países), Lilica Ripilica (17), Colcci (11) e Puket (5) são destaque no setor de vestuário; Bibi (presente em 59 países), Clube Melissa (45), Mãos da Terra (11) e It Beach (5), no setor de acessórios pessoais e calçados. A agência de viagem CVC Brasil é a única, entre as doze redes que representa o ramo de entretenimento, brinquedos e lazer, bem como a UATT?, enquadrada no setor de móveis, decoração e presentes; O Boticário e a Truss Cosmetics são as duas empresas do setor de beleza, saúde e produtos naturais.

Em número de unidades, o Brasil está em sexto lugar se comparado a outros países, com 138.343 lojas, somando próprias e franqueadas, crescimento de 10,1% em relação a 2014, quando o país tinha 125.641 unidades. Em número de marcas, o Brasil salta para a quarta posição mundial, com 3.073, o que representa aumento de 4,5% sobre 2014, quando o país somava 2.942 marcas. Mais de 20 franqueadoras brasileiras instalaram unidades no exterior ou iniciaram exportações de produtos em 2015, chegando a 134 redes brasileiras internacionalizadas, presentes em 60 países.

ESTÁGIOS
Foram analisadas as franquias brasileiras segundo seus estágios de internacionalização, sendo primeiro o franchising doméstico, o segundo de franquia com envolvimento experimental, o terceiro considerado um envolvimento ativo e, o quarto de alto comprometimento no exterior. A maioria das redes nacionais pertence ao estágio 2, de envolvimento experimental, com 49% do total de franquias, somando 65 redes no exterior. Em seguida, as empresas no estágio 3, considerado um envolvimento ativo, pois elas realizam exploração sistemática da expansão internacional, somam 29% ou 39 redes no exterior. O quarto estágio tem 30 representantes com 22% composto por empresas com alto comprometimento de longo prazo com a atividade de franchising no mercado externo.

MOTIVAÇÃO
Entre os principais motivos para as redes brasileiras se internacionalizarem, segundo o estudo, está o fortalecimento da marca, conhecimento do mercado internacional, plano de expansão organizacional, boas condições políticas e legais no país de destino e oportunidades de nicho de mercado.

CRESCIMENTO
O mercado de franquias no Brasil cresceu 8,8% em receita no terceiro trimestre de 2016 ante o mesmo período do ano passado, de acordo com a Pesquisa de Desempenho Trimestral do setor realizada pela ABF. O faturamento passou de R$ 35,6 bilhões para R$ 38,8 bilhões nesse mesmo período. Considerando-se os meses de janeiro a setembro de 2016, o setor registrou expansão de 7,9% em relação a igual período do ano passado.

O segmento de Vestuário ficou em terceiro lugar com crescimento de 12%, atrás de Serviços Automotivos e Esporte, Saúde, Beleza e Lazer, e empatando com Comunicação, Informática e Eletrônicos. O balanço completo do ano será divulgado pela ABF no final de janeiro de 2017.