Conta para esse avanço com as vendas a serem impulsionadas pelas atividades do showroom no Brás, inaugurado na semana passada.
Na semana em que comemorou 141 anos de atividade ininterrupta desde a fundação, como faz questão de frisar o presidente da companhia, Aguinaldo Diniz Filho, a Cedro inaugurou o showroom instalado no shopping Fashion Brás, grande centro atacadista de moda da cidade de São Paulo. Com o início das atividades do novo espaço, a empresa planeja ampliar as vendas para marcas e confecções do estado, com a participação paulista saltando dos atuais 18% para 25% do total de vendas da empresa.
O evento de inauguração serviu também para apresentar ao mercado o futuro presidente da Cedro, Marco Antonio Branquinho Júnior, que assume o posto a partir de 2 de janeiro de 2014. Com dez anos de casa, ele é o primeiro executivo de fora da família Mascarenhas a assumir o posto. E o mais novo. Tem 41 anos e atualmente é diretor de gestão e recursos humanos. Ao final de 2013, Diniz Filho deixará também a presidência da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), depois de dois mandatos.
Embora esteja com a capacidade instalada de 160 milhões de metros quadrados por ano praticamente ocupada, segundo Branquinho, não há planos de aumentar a produção diante do cenário de margens comprimidas. Os investimentos serão direcionados para acabamento e tecnologia de fabricação, de modo a entregar ao mercado não uma quantidade grande de tecidos. “Mas, artigos flexíveis para que o cliente, usando a mesma base, consiga resultados bem diferentes com recursos de lavanderia”, explicou o diretor.
Novo semestre e mercado
O segundo semestre começou com ajuste de preços, pressionado pela alta do algodão no primeiro semestre do ano. “O preço subiu 32% nesse período, e representa 36% do custo de fabricação”, destaca Diniz Filho, acrescentando que com o mercado bastante concorrido só foi possível repassar uma pequena parte desse aumento de custo. “A outra temos que compensar com ganhos de produtividade”, salientou Branquinho.
Sobre a desvalorização do real frente ao dólar, Diniz Filho destacou que se a cotação se mantiver nesse patamar alto “pode tornar nossa indústria um pouco mais competitiva. Mas, o dólar alto sozinho não resolve a questão”. Outras questões têm que ser resolvidas, disse, relatando que esse foi o assunto principal em jantar recente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e auxiliares próximos, como o ex-ministro Antonio Palocci. Segundo o presidente da Abit, depois de traçar um minucioso panorama da indústria têxtil e de confecção do país por 40 minutos, durante os quais destacou a força do mercado e os riscos sob os quais opera, Lula teria se mostrado sensibilizado e disposto a trabalhar pela causa, colocando o assunto nas mãos de Palocci.