Nova tecnologia para tratar efluentes

Centros de pesquisa brasileiros desenvolvem técnica de filtração por membrana, que permite reúso da água e não produz lodo

A separação por membrana é uma das tecnologias mais recentes aplicadas no tratamento de efluentes, reúso e filtração de água. Até, então, importadas, as membranas começam a ser fabricadas no Brasil junto com sistemas completos de instalação. A primeira empresa com escala industrial é a Pam Membranas Seletivas, criada no ano passado por seis pesquisadores da Coppe/UFRJ (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro) e que funciona na incubadora da instituição. Outro grupo de pesquisa com trabalho na área é o Cirra (Centro Internacional de Referência em Reúso de Água), da USP, cujos trabalhos se encontram em fase de desenvolvimento.

 

A principal vantagem de ter membranas nacionais é a redução no preço final dos sistemas, movimento que pode impulsionar o uso da tecnologia no país. No entanto, o uso ainda carece de divulgação mais intensa. Também a adoção da tecnologia depende de análise prévia cuidadosa. Entre os cinco clientes da Pam – Petrobrás, Schweitzer Mauduit, Ciba Especialidades Químicas, Dupont do Brasil e Molecular Ambiental -, nenhum tem aplicação de membrana na área têxtil.

“No inicio, íamos fabricar membranas para serem incorporadas em filtros de água para uso residencial, para substituir membranas importadas. No entanto, as primeiras demandas vieram do mercado industrial”, explica Ronaldo Nóbrega, um dos sócios da empresa. Um dos primeiros clientes que chegou até o grupo foi uma empresa que presta serviço de limpeza de tanques de postos de gasolina.

A prestadora leva água limpa para lavar os tanques e retira a água suja que precisa ser tratada antes de ser descartada. “O problema era que mesmo depois de tratar a água suja por processo fisico-químico, essa empresa não estava conseguindo atender o padrão exigido pela companhia de abastecimento para descartar a água”, conta Nóbrega.