Projeto do ITEP em Toritama avança

Primeira etapa começa com o mapeamento das lavanderias locais

 O projeto do ITEP – Instituto Tecnológico de Pernambuco de levar conhecimento e tecnologia para o pólo de confecção localizado em Toritama, no agreste pernambucano, saiu do papel. A primeira etapa do trabalho, prevista para ser concluída em um ano e meio, conta com financiamento do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e no valor de R$ 600 mil.

 

A primeira ação, já em andamento, é o mapeamento das cerca de 280 lavanderias da região. A pesquisa irá elencar as necessidades dessas empresas. Segundo, Frederico Cavalcanti Montenegro, coordenador do ITEP, o principal problema enfrentado é a deficiência funcional. “Os funcionários das lavanderias não têm treinamento e isso acaba gerando outros problemas, principalmente os ambientais, que são muito sérios”.

 

Oito lavanderias pré-selecionadas serão beneficiadas nessa primeira fase. Contudo, o plano num segundo momento é atingir todas depois que a lavanderia-piloto estiver em funcionamento e com o centro de informação de moda que será instalado também.

 

Modelo de instalação

A lavanderia-piloto será construída na primeira etapa do projeto. As obras incluem a instalação de uma estação de tratamento de efluentes e uma de reúso de água que servirão de modelo de estrutura para as empresas da região. Além disso, o espaço também será destinado a cursos de capacitação, palestras e seminários nas áreas de moda, meio-ambiente e gestão empresarial.

 

Mesmo com o problema da seca que atinge a região, Toritama e Caruaru formam o segundo maior pólo de jeans do Brasil. “Os proprietários da região não se preocupam com a questão ambiental, e sim, com as interdições da Agência Pernambucana de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e do ministério público”, afirma Montenegro.

 

Além do tratamento de efluentes e da reutilzação da água, o ITEP também fará estudos sobre a energia consumida para mover a lavanderia. “Atualmente, a matriz energética é a lenha, mas isso gera o desmatamento da região. Iremos propor outras opções como o gás”, relata o coordenador.