Hering tem retração de lucro e receita em 2015

O faturamento aumentou no quarto trimestre, mas, os ganhos diminuíram em relação a igual período do ano anterior, segurando os investimento em 2016.

A Cia Hering registrou lucro líquido em 2015, de R$ 281,17 milhões, que representam 11,8% a menos do que o obtido em 2014. Com exceção do terceiro trimestre, os demais apresentaram a mesma tendência de redução nos ganhos. Essa retração estendeu-se à receita líquida do ano que apurou R$ 1,58 bilhão, 5,3% menor que a do ano anterior. Apenas o último trimestre teve alta de faturamento sobre igual período de 2014, crescendo 1,4%, para R$ 507,46 milhões.

A receita subiu em parte alavancada pelo aumento do preço médio das roupas, reajustado em 3,5%, no quarto trimestre, atingindo R$ 56,10. Mas, no ano, o aumento do preço médio foi mais discreto, de 1,3%, que correspondeu a R$ 54,54 por peça. Segundo a empresa, os resultados sofreram com retração das vendas e contração de margens, “apesar das diversas ações tomadas pela administração, desde as melhorias na oferta de produto implementadas no final de 2014, às ações de ajuste de estoques e melhora de abastecimento nas redes de lojas ao longo do ano”, informa em relatório ao mercado.

A desaceleração foi geral em todas as marcas controladas pela companhia (Hering Store, Hering Kids, Puc, Dzarm, Hering for You), aponta o relatório. Também o canal multimarcas, que sustenta quase 40% da receita da empresa, apresentou queda de 12,6% em 2015. Sem perspectiva de que o ambiente de consumo melhore em 2016, a empresa reduziu o nível de investimentos. Em 2015, foram aplicados R$ 96,9 milhões. Para 2016, a previsão é de desembolso entre R$ 60 milhões e R$ 65 milhões, dos quais cerca de R$ 245 milhões serão destinados para reforma e adequação de lojas a um novo layout. Serão adaptadas em torno de cem unidades.

As ações para redução de estoque, especialmente de produtos acabados, deverão continuar, porque ainda estão mais altos do que deveriam, devendo impactar os resultados do primeiro trimestre de 2016, avaliou a companhia em conferência com analistas de mercado. E podem se agravar se não forem tomadas medidas assertivas porque ao longo do ano são lançadas seis coleções, que poderiam aumentar o volume de sobras.

A fim de melhorar os resultados, a Cia Hering adotou outras medidas entre as quais conteve a expansão da rede de lojas. Abriu 38 pontos, 19 dos quais entre outubro e dezembro. Contudo, fechou 25 unidades ao longo de 2015 – 13 Puc; nove Hering Store; e três Hering Kids. Dessa forma, terminou 2015 com 840 pontos, 13 a mais do que tinha em dezembro de 2014, incluindo os 17 no exterior.

Com a entrada em operação da planta produtiva em São Luís de Montes Belos, em Goiás, a Hering encerrou as atividades de algumas unidades. No final de 2015, fechou a fábrica de Rodeio, em Santa Catarina, e em janeiro anunciou o encerramento da fábrica de Ibirama, outra cidade catarinense. Aos analistas, a empresa explicou que chegou a ter 9,2 mil funcionários, no final de 2013, e que os cortes desde então reduziram o quadro para atuais 6,7 mil colaboradores.