Camiseta com led de sinalização para ciclistas despertou interesse de uma marca de fitness da cidade, que estuda a viabilidade de produção
Com os avanços da tecnologia, mais e mais moda e engenharia da computação terão que se aproximar. No Centro Universitário IESB, de Brasília, por iniciativa de professoras dos dois cursos há um ano estão sendo desenvolvidos projetos em conjunto por equipes formadas por alunos de Design de Moda e de Ciências da Computação. Dessa interação, um protótipo despertou o interesse de uma marca de fitness da cidade que se envolveu com a universidade para analisar a viabilidade técnica e financeira de produzir uma camiseta com leds de sinalização, originalmente pensada para aumentar a segurança de ciclistas na hora de mudar de faixa ou de direção em ruas de trânsito.
O protótipo é simples. Dispositivos costurados nas mangas da camiseta, que quando acionados acedem três leds em sequência, no mesmo princípio das lanternas dos carros que se acendem mostrando a manobra a ser realizada. “Esse wearable funcionaria como mais um dispositivo de segurança para ciclistas e mesmo para outros transportes urbanos alternativos, como motos e skate”, explica Rafaella Lacerda, professora de Ergonomia do Vestuário do IESB.
Outro projeto desenvolvido em conjunto por alunos das duas disciplinas é o de um colete com sensores que avisam quando o usuário chega a uma postura considerada inadequada para a saúde. Os sensores flex são fixados em faixas por dentro do colete. “Quando a inclinação da coluna chega a 20 graus, os sensores acionam um sistema que faz com que a faixa vibre, alertando o usuário para voltar à postura correta”, explica Rafaella. O colete funcionaria bem como equipamento de segurança para o trabalho, por exemplo, de uma costureira entre outras profissões.
Para o ano que vem, a ideia é juntar novamente turmas dos dois cursos para trabalhar mineração de dados de forma a colocar a tecnologia a serviço do varejo de moda, criando algoritmos que identifiquem humor e preferência de compras dos que entram na loja, conta a professora.
INÍCIO DO PROJETO
Desse trabalho conjunto, saíram outras tentativas de wearable, como de uma pochete para ser usada por deficientes visuais, com sensor que consegue identificar objetos à frente que possam obstruir a passagem e emitir aviso sonoro de alerta; ou da bolsa antifurto, que soa o alarme usando sensores de luminosidade; ou ainda dos sensores com GPS para serem colocados em roupas de idosos e crianças para monitorar o deslocamento. Mas que não prosperaram. “São bons exercícios, inclusive para lidar com a frustração”, avalia Rafaella.
A ideia dessa interação surgiu no início de 2017 meio por acaso. Colegas de faculdade e vizinhas, as professoras Rafaella, da área de moda, e Letícia Zoby, de ciências da computação, indo juntas ao trabalho e conversando sobre o mundo dos wearables e das dificuldades de trabalhar com sensores vestíveis, pensaram em juntar expertises. A conversa evoluiu para a formatação de um projeto que começou no segundo semestre do ano passado, com uma aula experimental entre as duas disciplinas, que avançou para uma dinâmica de três encontros semestrais entre as turmas, divididas em grupos responsáveis por propor soluções de wearable.
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