Abit prevê crescimento modesto em 2023

Abit prevê crescimento modesto em 2023

Mas, diante dos indicadores até outubro, expectativa é encerrar 2022 com produção em baixa.

Abit prevê crescimento modesto em 2023

No balanço de final de ano, a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) prevê crescimento da produção em 2023, ainda que modesto e insuficiente para compensar a perda esperada para 2022. Tomando por base projeções da RC Consultores, o setor projeta alta de 0,9% em 2023 em produção e de 1,1% em vendas internas.

Conforme o Iemi, outra consultoria do setor usada pela Abit, a produção brasileira têxtil deverá alcançar 1,90 milhão de toneladas em 2022, contra 2,01 milhões de toneladas de 2021. Portanto, pelo crescimento projetado a produção atingiria 1,91 milhão de toneladas em 2023.

Em peças de vestuário, a produção local em 2022 deverá atingir 5,29 bilhões de itens, ante 5,46 bilhões de 2021, estima o Iemi.

As projeções da RC Consultores para 2022 são mais severas, apontando para queda da produção local no setor de 7,5%.

“Por outro lado, seguimos gerando emprego. Pode parecer um contrassenso, mas, em algumas regiões, temos tido muita dificuldade para a contratação de pessoas”, comentou o presidente da associação.

Devido à inflação, a Abit prevê registrar R$193,6 bilhões somando o valor da produção de textêis e vestuário, contra R$190,3 bilhões de 2021, citando dados do Iemi.

Sobre o esperado crescimento para 2023, Fernando Pimentel, presidente executivo da Abit até o final de dezembro, disse a jornalistas que a análise considerou “cenário conservador à luz do que sentimos com as empresas”. Alguns fatores podem impulsionar esse pequeno avanço, diz Pimentel, citando aumento de PIB, inflação cedendo, manutenção de empregos e reajustes salariais nas categorias que negociam acordos coletivos.

ESTOQUES DO VAREJO

Para Pimentel, 2022 foi um ano difícil com a indústria ainda sofrendo com aumento de custos, como o preço do algodão e dos fretes marítimos. A produção local também redefiniu os volumes face ao enfraquecimento das demandas do varejo. “Em 2022, o varejo se reprogramou para baixo a partir de agosto porque não está tendo na ponta a resposta esperada”, analisou Pimentel. O clima com frio prolongado às vésperas do verão também não ajuda a girar as coleções de primavera-verão que são as mais fortes do ano.

“A despeito desse cenário, o varejo deverá fechar o ano em campo positivo, em grande medida porque a base de comparação de 2021 foi prejudicada, principalmente no primeiro semestre, pelos novos lockdowns derivados da pandemia de covid-19”, ressaltou Pimentel. Pela Abit, a expectativa é o varejo ampliar as vendas em 2,2% em 2022.

De acordo com o Iemi, as vendas físicas do varejo deverão alcançar 6,3 bilhões de peças em 2022. Acima, portanto, dos 6,1 bilhão de peças de 2021. A diferença de 1,2 bilhão de peças entre vendas físicas e produção local é suprida por produtos importados.