Comércio projeta bom Dia das Mães

A expectativa é de alta, mas, diante do consumidor cuidadoso no valor do presente, promoções para a data ajudam a girar estoques

Entidades da área do comércio projetam alta das vendas neste Dia das Mães. As análises da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) apontam para alta de 3,8% sobre 2018 que, se confirmada, movimentaria R$ 9,7 bilhões. Por essa análise, o varejo de moda, com roupas e calçados, continuaria a responder pela maior parte desse volume. A expectativa é de faturamento de R$ 3,85 bilhões, aumento de 10% sobre as vendas do ano passado.

De maneira geral, a principal razão apontada para o crescimento no Dia das Mães tem a ver com o comportamento dos preços. Os repasses acima da inflação não têm sido tão grandes devido à própria fragilidade da economia. No caso de roupas femininas, por exemplo, a CNC mostra queda de 1,8% nos preços no acumulado de 12 meses até maio, medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A FecomercioSP é mais comedida. Análise da área econômica da entidade diz que apesar da expectativa otimista para a data, “o empresário deve ficar muito atento, pois o consumidor está mais cauteloso e deve adquirir produtos de valores menores”. A entidade recomenda aos lojista que realizem promoções de Dia das Mães, de forma a reduzir o estoque, ainda que para isso sacrifique a margem de lucro. Isso ajuda no fluxo de caixa e libera espaço físico para compra de mercadorias para outras datas como Dia dos Namorados, ainda no primeiro semestre.

PREÇO MÉDIO DOS PRESENTES

Pesquisa realizada pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), da qual participa o SPC Brasil, estima que o Dia das Mães possa movimentar R$ 24 bilhões. Considera para isso o número de pessoas com intenção de presentear alguém e o valor médio a ser gasto detectado pelo levantamento. A expectativa é de que 122,1 milhões de brasileiros presenteiem alguém este ano, gastando em média R$ 198,79 por compra.

A pesquisa ouviu inicialmente 711 consumidores de ambos os gêneros, com mais de 18 anos que vivem em 27 capitais do país. Desse total, 78% pretendem presentear a mãe, a esposa, a sogra, irmãs, a mãe dos filhos ou as avós. A maioria delas deverá ganhar roupas, calçados e acessórios, uma vez que 42% afirmaram ser esse o presente que estão propensos a comprar. No levantamento deste ano, 26% disseram que vão pagar mais pelo presente, 24% vão gastar mesmo e 41% pretendem gastar a mesma quantia de 2018. Os demais não responderam.

Quase 60% dos que acham que vão pagar mais pelo presente alega que vai mesmo comprar um presente melhor do que o de 2018. Outros 22% avaliam que o preço aumentou e os demais vão dar mais de um presente. “A despeito de todas as dificuldades econômicas que o país atravessa, o brasileiro deverá ampliar os gastos no Dia das Mães, ainda que de forma tímida na comparação com o ano passado. As intenções de compra da data servirão de termômetro para o desempenho do comércio pelos próximos meses”, declarou o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.

Pesquisa da consultoria GfK indica que itens de vestuário e moda serão os mais comprados. O estudo feito em parceria com a Vivo Ads mostra que 41% das pessoas consultadas vão comprar roupa de presente. Em segundo lugar, estão os produtos de beleza, com 27% da intenção de compra para 2019, e acessórios com 16%. Segundo a pesquisa, a média de desembolso para o presente das mães declarada está em R$ 353,00. Contudo, 63% do universo pretende gastar até R$ 100.

ONDE OS PRESENTES SERÃO COMPRADOS

Os shopping centers são os locais preferidos de compra no Dia das Mães, na pesquisa da CNDL. São os escolhidos por 34% dos consumidores consultados pela CNDL. As compras online aparecem em segundo lugar com 30%; depois os shoppings populares (18%) e as lojas de departamento (18%). Na pesquisa da GfK, 55% dos que responderam vão comprar presentes em lojas físicas, contra 7% em canais online. “Essa informação está diretamente relacionada à categoria de produtos escolhida”, declarou em comunicado Ricardo Moura, diretor de produtos da consultoria.