FMI rebaixa taxa de crescimento do Brasil

Fundo Monetário Internacional reduziu em cinco pontos percentuais as projeções para 2018 divulgadas em abril, e o Banco Central anunciou novos índices de inflação futura

Com a edição atualizada do relatório Perspectiva Econômica Mundial, divulgada no início desta semana, o FMI (Fundo Monetário Internacional) reviu para baixo as projeções de crescimento da economia brasileira para 2018. A taxa de expansão do PIB prevista de 2,3% foi em julho rebaixada para 1,8%. Por enquanto, a previsão de crescimento de 2,5% para 2019 está mantida. A avaliação é de que a economia está tendo desempenho abaixo do esperado, e a médio prazo nada muda se não houver reformas. A revisão considera o impacto da paralisação dos caminhoneiros no final de maio, a desvalorização de 10% do real frente ao dólar e a persistente incerteza em torno do quadro político, com as eleições em outubro.

Também foram revisadas para baixo as previsões de expansão da economia na Argentina e no México, de forma que afetou o desempenho da região de América Latina e Caribe, tanto para este ano quanto para 2019. Pelos novos cálculos, a região deverá crescer 1,6% em 2018, ante os estimados 2% de abril, e 2,6% em 2019, contra 2,8% previstos em abril, mostram os dados do FMI. Ainda tiveram taxas rebaixadas economias avançadas em países da Europa (Reino Unido, Alemanha, França, Itália), além do Japão; e entre os emergentes foi revisto para baixo o crescimento esperado para a Índia.

A despeito desses revezes, o FMI manteve a taxa de expansão para o PIB Global em 3,9%, tanto para 2018, quanto para 2019.

PREVISÃO DE INFLAÇÃO PARA JULHO E AGOSTO
Assim como o FMI, também o Banco Central do Brasil revisou as projeções de crescimento, com base no desempenho trimestral. Reduziu a expansão de 2,6% para 1,6%, de acordo com o Relatório Trimestral de Inflação (RTI). A reavaliação considerou os efeitos da greve dos caminhoneiros, a queda da confiança de empresas e consumidores na economia, além de retomada da atividade em ritmo mais lento que o esperado.

“A economia segue operando com elevado nível de ociosidade dos fatores de produção, refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego”, escreve o relatório. E em por causa disso, a projeção para o desempenho da indústria foi revista pelo Banco Central de 3,1% para 1,6%.

A estimativa para o consumo das famílias também foi alterada, reduzindo o crescimento de 3%, na projeção de março, para 2,1%, em junho. O relatório previa ainda aceleração da inflação com projeções de curto prazo apontando para alta no IPCA de 1,06%, em junho (o oficial medido pelo IBGE foi de 1,26%); 0,27%, em julho; e 0,20%, em agosto.