Recuo da atividade atingiu têxtil e vestuário, mas mesmo assim o aumento de preços industriais continuou.
Ao contrário da indústria brasileira como um todo que registra alta de atividade de 0,60% em julho na comparação com o mês anterior, a produção do setor têxtil e vestuário enfrenta queda. Na indústria têxtil, é o segundo mês consecutivo com recuo no ritmo produtivo (-1,7%). Já para vestuário a queda de julho de 4,1% anula parte do avanço de 7,1% registrado em junho.
Os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostram que a indústria nacional continua a encolher a produção na comparação com 2021, quando viveu dias melhores.
No acumulado de janeiro a julho de 2022, a produção do setor têxtil brasileiro enfrenta queda de 14,60%. As confecções de vestuário produziram 8,20% a menos que em igual período de 2021.
Em 12 meses até julho de 2022, os indicadores também permanecem negativos. A produção de vestuário encolheu 8,40% e a produção têxtil teve queda acumulada de 14,10%.
O tombo do setor é bem mais duro que o da indústria como um todo que acumula baixa de 2% no ano e redução de 3% em 12 meses.
PREÇOS INDUSTRIAIS
Nova alta do dólar frente ao real pressiona os custos das matérias-primas cujos preços acompanham essa variação. O efeito de aumento influenciou o IPP (Índice de Preços ao Produtor) calculado pelo IBGE. De modo que em julho, a indústria brasileira como um todo apresentou aumentos de 1,21%, completando três anos de alta.
Depois da variação negativa no custo do vestuário para o atacado em junho, as roupas ficaram 1,53% mais caras em julho.
Por sua vez, desde julho de 2021 a indústria têxtil não muda a marcha dos aumentos mensais. Os preços de fábrica aumentaram 0,70% em julho sobre junho.
Desse modo, no acumulado do ano, o setor opera em alta: de 7,56% para têxtil e de 10,76% para vestuário.
A indústria em geral acumula alta de 11,46% de janeiro a julho.
Em 12 meses até julho, as confecções de vestuário apresentam aumento acumulado de 13,89%. A alta em têxtil é ainda maior, com aumentos acumulados de 19,59%.
Já a indústria em geral registra 18,04% de avanço nos preços de atacado nos últimos 12 meses até julho.
CONSULTE OS GRÁFICOS
Com base nos dados do IBGE, o GBLjeans elabora gráficos para permitir a comparação mais rápida da variação de produção e preços da indústria. Dá para acompanhar o desempenho no mês, no acumulado do ano e em 12 meses.
Mensalmente o IBGE revisa os dados com base em ajustes sazonais. Por isso, pode haver mudanças nos gráficos de um mês para o outro.
Use as setas para consultar os gráficos.
