Ranking de 2021 elaborado pela Fast Company inclui o marketplace Farfetch, em primeiro lugar, e a clássica Hermès em terceiro.
Saiu o ranking das 10 marcas mais inovadoras no segmento de moda em 2021. Elaborada anualmente pela revista Fast Company, a lista deste ano selecionou as empresas que repensaram propósitos à luz da pandemia de covid-19, que levou os consumidores a reduzirem gastos e concentrar as compras nos itens que consideravam essenciais. Os três primeiros lugares do segmento fazem parte também do ranking das 50 companhias mais inovadoras do mundo.
1 Farfetch
Lidera o segmento e ocupa a 23ª posição no ranking geral. A seleção considerou a rapidez com que o marketplace respondeu ao aumento de demanda dos consumidores por compras online devido à pandemia. A empresa reduziu as taxas para as marcas menores e forneceu aos parceiros ferramentas gratuitas para ajudar no gerenciamento de estoque, armazenamento e logística de envio dos produtos. No período, o ecommerce adicionou 500 mil novos usuários à sua base de clientes. A receita aumentou 41%. Sem contar o acordo com o chinês Alibaba, para entrar no Tmall.
2 Lululemon
Entrou no ranking e figura em 26º lugar na lista geral de marcas mais inovadoras pela decisão de comprar o Mirror, o software de condicionamento físico para dispositivos móveis. A marca de roupas esportivas aportou US$500 milhões no negócio como uma forma de engajamento com os próprios clientes a partir do universo digital. Conforme explica a Fast Company, os usuários do Mirror podem interagir entre si e com os instrutores enquanto assistem às aulas. Mais pra frente, o app convidará o usuário para eventos nas lojas físicas da marca Lululemon mais próximas deles.
3 Hermès
Sem alarde, na última década, a grife triplicou a receita para US$7,7 bilhões, lembra a Fast Company. E continuou a expandir os negócios mesmo durante a pandemia, quando a indústria do luxo encolheu. Por esse desempenho, ocupa a 34ª posição do ranking das 50 marcas mais inovadoras do mundo. Diz a revista que o segredo da marca foi o de manter o foco nas peças clássicas de alta qualidade, feitas para durar gerações. A grife conseguiu com isso aumentar a base de clientes, incluindo a geração Y, responsável por impulsionar o crescimento. Pesa na estratégia bem-sucedida, o fato de a empresa manter produção própria, controlando o abastecimento do varejo conforme as variações da demanda.
4 Telfar
Marca de luxo de bolsas produzidas com couro vegano, que conheceu o sucesso a partir do lançamento da Bushwick Birkin, lançada em 2014. Com a pandemia em curso e lojas fechadas, o designer Telfar Clemens em janeiro de 2020 encerrou as vendas de atacado. E viu as vendas pelo site subirem a ponto de esgotar o estoque. No meio do ano, ele adotou um sistema de reserva que fica ativo apenas por um período. O programa funcionou bem o bastante para ele avaliar estender o modelo para outros produtos, diz a Fast Company justificando a inclusão entre as marcas mais inovadoras.
5 Goodee
Marketplace de produtos de decoração para casa mas que estejam associados a alguma iniciativa de bem social. Cada produto apresenta um tag que identifica a natureza da ação que pode ser redução da pobreza, defesa de gênero, preservação da natureza ou redução de carbono, descreve a revista. Outro ponto relevante do negócio é a curadoria que inclui designers e artesãos que tenderiam a ser marginalizados pela comunidade de design, pondera a Fast Company.
6 Gucci
Selecionada por abraçar a inovação desde as iniciativas de sustentabilidade até as estratégias de marketing. A marca investiu em jogos para apresentar produtos e numa plataforma virtual de design de calçados chamada Sneaker Garage. Fez parceria com a empresa de videogame Drest para renderizar digitalmente suas coleções mais recentes. Colaborou com a plataforma de eSports Fanatic para criar relógios de edição limitada. Na frente da sustentabilidade, a Gucci criou um plano abrangente para rastrear a pegada de carbono, incluindo as emissões indiretas de fornecedores, e então reduzi-las ou compensá-las.
7 Ministry of Supply
Selecionada pelo desenvolvimento de um modelo de máscara de proteção facial de alta tecnologia. Enquanto outras marcas de moda estavam reaproveitando sobras de tecidos cortados para fazer máscaras, a Ministry of Supply colocou suas máquinas de tricô para fabricar rapidamente máscaras de melhor ajuste no rosto. Em duas semanas, projetou e testou uma máscara que leva apenas nove minutos para produzir. Custa US$25 cada uma, fabricada em três tamanhos diferentes.
8 Renewcell
Escolhida pelo material Circulose produzido a partir de resíduos têxteis descartados e por ter assinado acordo com a H&M. Os materiais reciclados podem substituir fibras vegetais, como viscose e liocel, na fabricação de roupas. Em 2020, a Renewcell teve sua primeira grande prova de conceito: a parceria com a H&M para criar um vestido que era feito de 40% Circulose.
9 Piccolina
Marca de moda de roupas infantis que busca incentivar as meninas a se tornarem pioneiras e solucionadoras de problemas. São roupas chiques cujas estampas fogem dos estereótipos passando por insetos, robôs, locomotivas, circuitos e geologia. A marca pretende estender esses padrões de estampas para bolsas e roupas de cama.
10 Bolt Threads
Selecionada devido ao desenvolvimento de biomateriais como o Mylo, que imita couro produzido a partir dos talos de cogumelos. No ano passado, a empresa recebeu aporte de grandes empresas de moda, como Lululemon e Kering (dona da Gucci). A intenção é criar uma cadeia de suprimentos para couro vegano que seja fabricado em escala comercialmente viável.