Novo estudo sobre moda responsável

Pesquisa apoiada pela Première Vision ouviu 5 mil consumidores de França, Alemanha, Itália e Estados Unidos sobre intenção de consumo.

Quase metade dos 5 mil consumidores ouvidos pela pesquisa do Institut Français de la Mode compraram um item de moda responsável em 2019. Só não compraram mais porque a maioria não sabe onde encontrar, entre outras razões apontadas. O dado consta do estudo O mercado da Moda na Europa e nos Estados Unidos: um movimento para o consumo responsável? E foi feito no âmbito da parceria da academia com a Première Vison estabelecida desde 2016.

De acordo com o relatório divulgado, o consumo ecologicamente responsável nesses mercados não é mais uma tendência da moda. É uma grande onda cujo impacto afeta todo o setor, conclui o estudo. Na avaliação dos coordenadores da pesquisa, os números indicam que os consumidores estão acima do nível esperado. Também concluem que a moda está atrasada em relação a outros setores, como os alimentos bio. Nos quatro países, ultrapassam os 60% os consumidores que afirmaram ter comprado algum alimento orgânico.

Esse percentual cai para faixa entre 43% e 55% para itens de moda sustentável. Os consumidores dos Estados Unidos lideraram as compras de moda. Deles, 55,3% disseram que compraram algum artigo de moda responsável ao longo do ano. Na Itália foram 46,7%; na França, 45,8%; e na Alemanha, 43,4%.

VALOR DESTINADO AOS PRODUTOS SUSTENTÁVEIS

São também os americanos que destinam o maior valor para comprar produtos de moda sustentável – vestuário, couro, sapatos ou lingerie e outras roupas de baixo. O orçamento anual deles é de US$ 671, dos quais US$ 166 empenhados em roupas. É o mesmo valor para vestuário dos italianos que têm praticamente orçamento igual aos americanos para os orgânicos (US$ 668).

Os alemães estão dispostos a gastar US$ 591 por ano com esse tipo de produto, dos quais US$ 144 seriam roupas. Os franceses reservam US$ 546 anualmelmente para a moda sustentável, sendo US$ 136 para roupas.

O valor poderia ser maior, garantem os consumidores. Mas é difícil encontrar onde comprar moda sustentável, dizem. Apontam ainda a falta de transparência das marcas quanto às informações envolvidas. De modo, que muitos avaliam não saber o suficiente para escolher os produtos mais adequados. Esse percentual chega a 50% dos consumidores ouvidos na França. Assim como reclamam da profusão de certificados exibidos sem explicação.

O preço mais alto dos produtos eco em relação aos convencionais aparece entre as barreiras, mas não como a principal.

E todos valorizam, em maior ou menor grau, a produção nacional.

MEIO AMBIENTE À FRENTE DAS PESSOAS

A pesquisa perguntou como esses consumidores definiriam o que vem a ser moda sustentável.

O material usado é a variável principal nos Estados Unidos, apontada por 47,1%. Depois aparecem preservação ambiental (24,9%); o lugar onde o produto é manufaturado (14,7%); e as condições para os trabalhadores que atuam na produção (13,3%).

Na França, a primeira preocupação é com o meio ambiente (41,6%). Depois o material usado (28,2%); condições para os trabalhadores (17,2%); e condições da fábrica (13%).

Os consumidores da Itália mencionam preservação ambiental como prioridade da moda sustentável (40,7%). Depois o tipo de material empregado (34%); trabalhadores (15,8%); e fábricas (9,6%).

Na Alemanha a maior atenção recai sobre as condições de trabalho dos empregados (30,3%). Seguida de perto por materiais (29%). Em seguida, citam meio ambiente (23,8%) e condições das fábricas (16,8%).