Lucro da Inbrands fica menor em 2015

Ganhos foram afetados sobretudo pela alta do dólar, com a empresa continuando o movimento de reduzir os importados mediante compras no mercado local.

Com queda de 60,8% do lucro líquido em 2015 em comparação com os ganhos registrados em 2014 e aumento no perfil da dívida, a holding Inbrands que controla 12 marcas, incluindo a joint venture com a Tommy Hilfiger para a operação brasileira, anunciou que vai reduzir os investimentos nos próximos dois anos – 2016 e 2017. Por conta ainda da alta do dólar que aumentou o custo, a companhia mantém em andamento o movimento de reduzir o volume de produtos importados, que caiu pela metade nos três primeiros meses de 2016, trazendo a produção para o Brasil, informa a empresa em comunicado ao mercado, em que apresenta o balanço financeiro de 2015 e do último trimestre do ano.

Em 2015, o lucro líquido da Inbrands caiu para R$ 13,31 milhões frente aos R$ 33,91 milhões do ano anterior. A desaceleração foi afetada pelo prejuízo no segundo trimestre e pelo ganho residual do último trimestre, quando assinalou lucro líquido de R$ 518 mil, que representou redução de 97,9% sobre o mesmo período em 2014. A receita líquida anual variou pouco no confronto com 2014, caindo 1,7% para R$ 913,20 milhões. A do quarto trimestre recuou 5%, ficando em R$ 243,84 milhões.

O relatório aos investidores menciona as influências negativas do ambiente macro econômico e político do país ao longo do ano. No último trimestre, se deparou com Natal de menor consumo. “No segundo semestre ajustamos o estoque para um volume de venda menor e trabalhamos para ter menos sobras ao final de dezembro”, descreve o relatório. Segundo o documento, a companhia fechou 2015 com menos 284 mil peças do que tinha em 2014, sem informar o total movimentado.

Em relação à alta do dólar, a Inbrands explica que renegociou com os fornecedores de fora e repassou ao preço final parte desse aumento de custo. O investimento no ano ficou em R$ 60 milhões, dos quais R$ 50 milhões aplicados em abertura de lojas próprias, reformas, entre outros desembolsos. Ao contrário de 2014, em que reduziu a rede de varejo, ao longo de 2015, a Inbrands abriu 31 lojas, das quais 19 no último trimestre, com uma fechada entre outubro e dezembro.

Dessa forma, o ano acabou com 375 unidades, das quais 197 próprias e 178 franquias. Ellus e Richards continuam a deter a maior parte dos pontos de venda e de receita: a primeira encerrou 2015 com 80 lojas (três a mais do que tinha em 2014) e a Richards, com 90 (quatro a mais que no exercício anterior). No canal de atacado, praticamente manteve a carteira de clientes, com 5,88 mil multimarcas, 0,7% a mais do que tinha em 2014. Mas, em relação ao terceiro trimestre houve queda em número de revendas em todas as marcas, com exceção de Tommy Hilfiger.

O nível de endividamento da companhia aumentou em 2015 para R$ 458,7 milhões, por causa do próprio serviço da dívida e dos atuais níveis de taxa de juros, além dos investimentos realizados, comenta o relatório.