Marisa faz proposta por 20% da Netpoints

A aquisição ainda depende de aprovação do Cade, mas, a varejista que faturou R$ 3 bilhões em 2013 pretende integrar seu Programa Amiga à empresa de fidelização de clientes.

Nessa terça-feira, 22 de abril, a Marisa anunciou que firmou acordo para comprar 20% do capital da Netpoints, empresa que controla um programa de fidelidade com multi-parceiros. A varejista não informa, mas, o mercado avalia que a aquisição represente investimento de R$ 26 milhões em operação que depende ainda de aprovação pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Segundo a Marisa, a intenção é integrar os 4,4 milhões de contas do Programa Amiga na base do Programa Netpoints, formando um banco estimado em 8 milhões de clientes.

Há cerca de seis meses, o Smiles, programa de fidelidade controlado pela Gol, já adquirira 25% do capital da Netpoints por R$ 25 milhões, em acordo que previa aumento de participação até 50%. Bancada pela Bozano Investimentos, a Netpoints foi criada em 2011 por um grupo de sete executivos do setor financeiro, liderados por Carlos Formigari. E, hoje, mantém em torno de 200 parceiros entre varejo (supermercados, postos de combustível, farmácias), indústrias de bens de consumo, passagens de avião, entre outras atividades.

Resultados da Marisa
De acordo com o balanço, o Programa Amiga encerrou 2013 com 4,4 milhões de clientes no total, sendo 2,6 milhões de contas ativas. A participação da Netpoints representa o esforço para estreitar os laços com os clientes, diz a Marisa, que pretende fortalecer posição de ser “o único varejista de moda com rede própria a ter operação em todos os estados brasileiros”.

Em 2013, a companhia abriu 39 lojas, 18 delas no último trimestre do ano, alcançando rede com 407 pontos, que consumiu a maior parte dos R$ 266,1 milhões investidos no período. Mas, embora a receita líquida da Marisa tenha crescido 7,6% sobre 2012 para atingir R$ 3,097 bilhões, o lucro líquido de 2013 caiu 62,8% em relação ao ano passado. A varejista registrou ganho de R$ 85,5 milhões, dos quais R$ 25,5 milhões no quarto trimestre.

Explica o desempenho aquém do esperado em função do descompasso enfrentado pela coleção de primavera-verão por conta da desaceleração das vendas em função das temperaturas frias que se estenderam por outubro e novembro e as sobras da coleção do inverno que registrou dias quentes. “Para reequilibrarmos nossos estoques, abrimos mão de margem bruta a partir de promoções e recompomos a cobertura de mercadoria durante o quarto trimestre de 2013”, explica comunicado da empresa ao mercado.

Para 2014, os controladores da companhia mantêm perspectiva de expansão, porém, comedida. Informam ter 15 lojas já contratadas para este ano, sem esclarecer a quantidade de unidades a serem abertas.