Cadeia terá que combinar demanda ambiental e a corrosão do poder de compra.
Olhando para as próximas coleções, a cadeia do vestuário acumula variáveis a considerar no desenvolvimento de produto. A pressão inflacionária é uma delas, na medida em que corrói o poder de compra do consumidor. A nova equação não está restrita ao Brasil, conforme palestra da WGSN para a Informakets Fashion, organizadora de eventos de moda, como o Magic Las Vegas, nos Estados Unidos.
Conforme a apresentação realizada esta semana de forma online, além da demanda em torno da agenda de sustentabilidade, o desenvolvimento terá que se preocupar ao mesmo tempo com a renda comprometida do consumidor pelo aumento no custo de vida do consumidor. A palestra mirou sobretudo o mercado dos Estados Unidos, país cuja pressão inflacionária aumentou no último ano.
Mas o paralelo, vale para o cenário brasileiro atual. A recomendação é as marcas investirem em produtos atemporais e versáteis para a estação de A/W 2022/23, o outono-inverno que no hemisfério norte ocorre no final do ano. Foco continuará em conforto, tanto para a concepção da modelagem quanto para a seleção de tecidos.
As peças devem ser atemporais para resistir a diversas estações, não só pela qualidade como sobretudo para não ficar datada na moda. Além de confortáveis, as roupas precisam ser planejadas para garantir uso flexível. Ou seja, dá para usar em casa e no trabalho, ou na festa. Um truque é a construção de peças em camadas, removíveis dependendo do uso.
RECOMENDAÇÃO PARA TECIDOS
A palestra da WGSN recomenda a seleção de tecidos com propriedades como maciez ao toque, conforto térmico, com superfície trabalhada em textura obtida por efeitos vincados ou alcochoados.
Do ponto de vista da composição do tecido, a sugestão passa por escolher tecidos com fibras certificadas por organismos independentes, sejam elas naturais, sintéticas ou de material reciclado.
ESTILO NEW PREPPY
Uma das tendências de outono/inverno apontadas pela WGSN é o preppy. Entre as variações do estilo mais buscadas foi o desfile de Kenzo (foto), de acordo com relatório divulgado pelo site de buscas de moda Tag-Walk.
Estampa que perde espaço nas próximas coleções: risca de giz.
CARTELA DE CORES
Prevalecem tons derivados de rosa até o roxo e variações de azul. Os verdes continuam na moda, mas, no futuro, em tons menos acesos.
Para a estação seguinte, S/S 2023, de primavera/verão (de março a setembro do próximo ano), a base da cartela é a mesma, porém, com variações mais vibrantes das cores.
