Tavex redireciona produção para o mercado brasileiro

Na Première Brasil, a empresa mostrou coleção que trabalha extremos, com lançamentos em ultra stretch e novidades em 100% algodão

 

Indiblue

A proposta da coleção para o verão 2011 é desacelerar. Mas a Tavex em 2010 pretende imprimir velocidade aos negócios recuperando a queda de menos de 10% nas vendas provocada pela conjuntura desfavorável no ano passado, que afetou particularmente o mercado de roupas profissionais e a exportação. “O que nos afetou foi o custo do algodão que aumentou e não conseguimos repassar para os preços e a taxa de câmbio desfavorável para exportação, embora o mercado brasileiro tenha mantido o ritmo”, explicou Ricardo Weiss, CEO da Tavex, que esteve no país esta semana participando da Première Brasil.

 

Cada vez mais a empresa deverá reposicionar produtos explorando o acesso privilegiado e exclusivo às tendências européias, diz, pelo fato de a Tavex manter a sede em Madri, na Espanha. “Estamos pelo menos um ano à frente em relação ao Brasil e os clientes têm reconhecido essa dianteira, como aponta essa platéia lotada para acompanhar o Bureau Tavex”, disse o executivo, referindo-se ao tradicional evento de apresentação de direções de moda da empresa que, nesta edição, foi realizado dentro da Première Brasil.

 

Lançamentos do verão

 

Ao todo, a Tavex desenvolveu 25 produtos para o verão 2011, entre as linhas denim e sportswear. A ênfase está nos tecidos com ultra stretch indicados para modelagens justas, como pede a moda. O contraponto são os lançamentos de denim 100% algodão, explica Maria José Orione, gerente de marketing da Tavex para a América do Sul. Em acabamentos, resinas coloridas e overdye representam os principais processos.

 

Entre as novidades com ultra stretch, Maria José destaca o Aquarium, de 8 oz, resinado em tonalidade esverdeada; o Fantasy, que também tem peso de 8 oz com acabamento raclado com cor puxando para o verde e resinado; enquanto o Jump é um 9 oz puro índigo e o Trio tem tingimento marine. O Vulcan é o ultra stretch da linha sportswear, além do Billy, com 22% de nível de elasticidade.

Jump

 

Para o denim 100% algodão, a Tavex criou a versão mais leve do Spot e relançou o Indiblue. Também desenvolveu o Floyd, tecido de 9 oz, que permite trabalhar lavagens desde tons bem clarinhos até os mais escuros; e o Connect, que é uma base 100% algodão com resina colorida, que facilita trabalhar com reserva de cor, como descreve Maria José.

Floyd

Connect

 

Na linha ecológica, o lançamento é o Bio Denim produzido a partir de resíduos tintos de fiação misturados a fios novos e que não volta a ser tingido depois de pronto. Usa, ainda, na fabricação amido natural proveniente da fécula de batata, no lugar de gomas sintéticas. O insumo reciclado é adquirido de sobras do processo de fatiamento do tubérculo em indústrias de batata frita. O acabamento é em Alsoft Amazontex, desenvolvido a partir da manteiga do cupuaçu cultivado na Amazônia, e que atualmente é empregado em 70% da linha de denim.

 

 

A linha Sportswear registra ançamentos como o Ibiza Gloss, de 9oz, e o Gloss 7 oz, ambos com resina que propicia brilho e toque; o Billy; e o Vanilla, flat de 8 oz com elastano 8 oz, considerado bastante maleável pela mistura de construção e peso.

 

Bureau Tavex

A empresa apontou as principais direções e influências para o jeans no próximo verão, influenciadas pelos temas da nova coleção: Decelerate, Backwood e Global Tibes. O panorama apresentado por Sueli Pereira, gerente de moda da Tavex, no primeiro dia da Première Brasil, deslocou-se pelas vertentes batizadas de: Vida Longa, Menos é Mais, Conversabilidade, Cor da Matéria e Terceira Idade.

 

Defendendo a durabilidade maior para os produtos, a vertente Vida Longa aposta na sustentabilidade e no uso de materiais recicláveis, possibilitando a compra de menos produtos e o uso de peças transformadas.

 

Seguindo a mesma linha, Menos é Mais propõe o consumo controlado, o fim do desperdício de produtos e o uso racional dos recursos naturais. Conversabilidade mostra que pequenas mudanças podem diferenciar peças, até na forma de usar, transformando-as em novos artigos.

 

O foco de Cor da Matéria está no uso de insumos brutos e na reciclagem, enquanto a vertente Terceira Idade chama a atenção para os idosos que formam um importante mercado consumidor.

*colaborou Priscila Franco 

 

foto: divulgação