Restrita a São Paulo entre 2016 e 2017, capacitação em varejo foi estendida para Rio e Belo Horizonte neste segundo semestre
Em duas turmas, o Instituto Lojas Renner irá formar 81 refugiadas no curso de Atendimento e Vendas no Varejo ao estender o projeto de apoio para as cidades do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte. Ao longo do ano passado inteiro, foram 60 participantes divididas em quatro turmas – duas de varejo e duas de costura, concentradas em São Paulo, informa a entidade. As 41 refugiadas que vivem no Rio de Janeiro participaram ontem, 20 de setembro, da cerimônia de formatura.
Ao longo de seis semanas, mulheres vindas de Venezuela, Colômbia, Angola e República Democrática do Congo tiveram 175 horas de aula. A turma de Belo Horizonte começa o curso em 1º de outubro, com a expectativa de reunir 40 refugiadas. De acordo com o instituto, o curso visa promover a qualificação destas mulheres no setor têxtil e, assim, contribuir para a entrada delas no mercado de trabalho. A própria companhia Lojas Renner efetivou a contratação de cerca de 20 participantes nas varejistas Renner, Camicado e Youcom.
O curso voltado ao varejo aborda aspectos específicos como apresentação e reposição de produtos, contato com clientes e informação de preços e formas de pagamento; além de outros mais genéricos como noções acerca do uso de ferramentas de informática, de empreendedorismo, saúde e segurança no trabalho. Gerentes de lojas das três bandeiras dão palestras e o curso inclui visitas às unidades para que as alunas conheçam a rotina do varejo brasileiro, explica o instituto em comunicado ao mercado.
Os cursos são viabilizados pelas parcerias firmadas. No Rio, a Paróquia São José da Lagoa cedeu espaço para as aulas e o Instituto Aliança respondeu pela metodologia de ensino. Já a Cáritas e a organização Aldeias Infantis SOS, além de identificarem as refugiadas interessadas, acompanham a trajetória delas no Brasil, ressalta o Instituto Lojas Renner.
Essa iniciativa integra o projeto Empoderando Refugiadas, realizado desde 2016 a partir de convite da ONU Mulheres e pelo Pacto Global e em parceria com o Programa de Apoio para a Recolocação de Refugiados (PARR). O Instituto Lojas Renner foi fundado em 2008 para desenvolver ações que visem o desenvolvimento econômico e social das mulheres na cadeia têxtil. Em dez anos, foram investidos em torno de R$ 48 milhões em diferentes ações. Os recursos correspondem a verbas repassadas pela varejista e também provenientes de leis de incentivo fiscal, diz a empresa sem especificar os montantes de cada fonte de financiamento. Desde 2008, o instituto registra 750 projetos, que atenderam 182 mil pessoas. Somente em 2017, foram 50 projetos que envolveram 12 mil pessoas, diz o balanço da entidade.