Confecções paulistas continuam a demitir

De modo geral, a indústria do estado de São Paulo refreou os cortes em março, incluindo o setor de produtos têxteis.

Confecções de vestuário estão entre as seis atividades industriais que mais demitiram em março no estado de São Paulo, com cortes acima de mil vagas. No caso da indústria paulista de roupas, foram 1.149 demissões, completando 14 meses de enxugamento contínuo. De seu lado, os fabricantes de produtos têxteis refrearam o corte, tendendo em março à estabilidade, com o fechamento de 60 vagas. Foi o setor que menos demitiu, de acordo com a pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 14 de abril, pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

De modo geral, a indústria de São Paulo cortou 3.500 postos de trabalho no mês. “Quando não são considerados fatores sazonais, o mês de março registra a menor eliminação (-0,15%) de postos de trabalho desde maio de 2015, graças, em parte, à antecipação da safra do setor de açúcar e álcool”, afirma o comunicado da Fiesp sobre os resultados da pesquisa. “Mas os outros setores também perderam menos vagas em relação aos meses anteriores”, declara o diretor titular do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp e do Ciesp), Paulo Francini.

O setor de alimentos foi o que mais contratou, abrindo 6.819 vagas. Também couro e calçados ampliou 1.322 postos de trabalho, registrando três meses consecutivos de contratação. A reação desse setor é atribuída à variação cambial, que mantém o real desvalorizado em relação ao dólar. Os fabricantes estão conseguindo exportar mais, ao mesmo tempo em que se beneficiam com a queda na entrada de calçados importados, aponta o diretor.

Entre as regiões, Santos representa um dos destaques negativos do mês, ao apresentar queda de 2,76% no nível de emprego, influenciada por vestuário, que cortou 8,27% das vagas ocupadas, e produtos de metal que fez corte de 9,42%, mostram os dados da pesquisa mensal da Fiesp.