Riachuelo fecha trimestre com lucro

Apesar de positivos, os ganhos da rede varejista de moda caíram 87% em relação aos primeiros meses de 2015, pressionados em parte por problemas de coleção.

A rede de lojas Riachuelo iniciou 2016 com desempenho bem semelhante ao exibido no ano passado, de aumento da receita líquida e lucro líquido em queda, com exceção do primeiro trimestre de 2015, quando os ganhos aumentaram. De janeiro a março de 2016, a varejista obteve receita líquida de R$ 1,21 bilhão, que corresponde a aumento de 10,6% sobre igual período de 2015. Já o lucro líquido totalizou R$ 11, 1 milhões, representando queda de 87% sobre os ganhos no mesmo trimestre do ano anterior.

No relatório de apresentação dos resultados trimestrais, a companhia relaciona uma série de fatores que explicam o desempenho e que não difere muito dos demais varejistas do setor: “o elevado patamar de demarcações durante o mês de janeiro e início de fevereiro, a deterioração do cenário macroeconômico e o baixo desempenho do setor prejudicaram a performance das vendas no 1T16”. A companhia conviveu ainda com o esforço para levar os níveis de estoque a patamares considerados ideais, o que foi conseguido em março, garantiu em teleconferência com os investidores.

Outra dificuldade apontada tem a ver com aspectos da própria companhia. “Passamos o ano inteiro de 2015 com uma coleção pouco atraente para o cliente”, resumiu a empresa para investidores. O empenho foi em corrigir esse caminho, trabalho que levou 18 meses e começou pelo feminino. Segundo a empresa, a coleção feminina lançada em março foi construída para estar mais estruturada do ponto de vista de produto, melhor elaborada para facilitar a coordenação entre peças, além de outros fundamentos. A renovação do desenvolvimento da coleção masculina sob esses mesmos conceitos está prevista para ser apresentada em outubro. Em seguida, o novo formato de coleção será aplicado aos demais grupos de produtos.

“Mas não basta lançar uma coleção bacana na loja e simplesmente esse cliente está de volta. Com certeza ele estará de volta”, reconhece a companhia, acrescentando que reconquistar o cliente demanda muito esforço e paciência. Por conta desse cenário desfavorável, a Riachuelo não inaugurou lojas nos primeiros três meses do ano, mantendo a rede com 285 unidades. Com a melhora observada em parte de março e abril, a empresa expandiu a rede com a abertura de mais quatro lojas, em Criciúma (SC), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Nova Iguaçu (RJ).

Sem novas lojas, o investimento trimestral caiu mais da metade, totalizando R$ 44,3 milhões, frente aos R$ 99,5 milhões aplicados entre janeiro e março de 2015. A produção da Guararapes, totalmente dedicada a abastecer as lojas da rede, também foi reduzida. Forneceu 9 milhões de peças, que representaram 25,6 da venda total da Riachuelo, ante 10,1 milhões de itens do primeiro trimestre do ano passado. O número de colaboradores da companhia diminuiu para 38.267 funcionários, mais pela redução do quadro da Guararapes.