Indústria têxtil vai para as ruas protestar

Marcada para a próxima terça-feira, a mobilização é coordenada pela Abit

Representantes do setor têxtil de várias regiões do país estão sendo convocados a participar do movimento batizado de Mobilização Nacional do Setor Têxtil e de Confecção, marcado para dia 5, terça-feira. Manifestações, atos públicos e publicação de manifesto em jornais de grande circulação estão previstos em cidades brasileiras, principalmente naquelas onde há concentração de empresas têxteis e de confecção. A mobilização é coordenada pela Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) e está marcada para começar às 10 horas.

 

É uma forma de protestar contra a atual política do governo, à qual o setor atribui o déficit previsto para 2006, depois de cinco anos de superávit. Na cidade de São Paulo, a manifestação será no vão livre do Masp. Em Americana, no interior do Estado, representantes do setor prometem interditar a via Anhangüera. Em Belo Horizonte, será lido o manifesto na praça em frente à Assembléia Legislativa. Em Sergipe, empresas pretendem parar e os empresários lerão o manifesto junto com os funcionários. Haverá, ainda, a distribuição de cópias do documento pelas ruas do centro de Aracaju. Recife prevê passeata, paralisação e ato em prol do setor têxtil. No Rio de Janeiro e em Santa Catarina, as lideranças locais pretendem marcar posição mediante a organização de entrevistas coletivas à imprensa

 

Segundo balanço da Abit, o ato teve adesão de 150 sindicatos, entre entidades patronais e de trabalhadores. Na segunda-feira, o manifesto setorial será publicado nos principais jornais do país. O documento trata das demandas do setor têxtil: realização de acordos comerciais com outros países, controle rigoroso nas alfândegas; redução da carga tributária; câmbio mais favorável; mudanças na legislação trabalhista.

 

“Esse é um movimento sem caráter político. Nós queremos mostrar as dificuldades que o setor enfrenta há mais de uma década e que temos que ter tratamento igualitário vis a vis com nossos concorrentes. A indústria têxtil e de confecção brasileira é moderna e competitiva, mas vem tendo o seu desenvolvimento ameaçado”, explicou Fernando Pimentel, diretor superintendente da Abit, em matéria publicada no site da entidade.