Mas os dois meses seguidos de crescimento não eliminaram os fortes cortes de março e abril, e o primeiro semestre fecha em queda.
Com a flexibilização da quarentena por causa da covid-19, o Brasil observa a retomada gradual e a produção industrial avança desde maio. Em junho, a indústria voltou a crescer. Como um todo, a atividade avançou 8,9% sobre o mês anterior. Entre os fabricantes têxteis o ritmo acelerou 34,2% de um mês para o outro. Foram superados apenas pelo segmento de outros equipamentos de transporte (141,9%); pela produção de veículos (70%); e pela impressão e reprodução de gravações (63,4%).
Também as confecções de vestuário aumentaram a produção industrial em junho, mostram os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Contudo, a evolução do segmento apresentou marcha mais contida que a exibida em maio. Avançou 10,7% sobre o mês anterior.
De modo geral, a indústria cresceu puxada por alta na produção de veículos. Mas o crescimento foi generalizado entre 24 dos 26 ramos industriais monitorados pela pesquisa. Caiu a fabricação de alimentos e a de derivados de petróleo. Ambas recuaram 1,8% sobre maio.
ACUMULADO NO PRIMEIRO SEMESTRE DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL
Embora tenha crescido com intensidade, a produção industrial não eliminou as fortes perdas experimentadas no primeiro semestre, especialmente na indústria do vestuário, em relação ao ano passado. Contra junho de 2019, a produção de roupas caiu 46,8%. É o segundo ramo que mais contraiu atividade na indústria brasileira. Produção de veículos foi o segmento que mais encolheu nessa comparação (-51,6%).
Desempenho semelhante se repete no confronto com o primeiro semestre de 2019. A produção de roupas acumula queda de 36,6%. O resultado reflete quatro meses em declínio seguido, de janeiro a abril, com alta em maio e junho. A produção de veículos registrou recuo de 43,6% nos primeiros seis meses de 2020 ante igual período de 2019.
Da mesma forma, a indústria de produtos têxteis não eliminou as perdas, e acumula queda de 22% no semestre contra 2019. Em relação a junho do ano passado, a redução foi de 23,7%.
A variação positiva de maio e junho também não foi suficiente para a recuperação da indústria como um todo. O setor acumula resultado negativo no primeiro semestre de 10,9%. Igualmente operou abaixo de junho de 2019 (-9%), informa a pesquisa.
