A rodada de financiamento Série B foi liderada pelo fundo DCVC e participação da Decathlon.
Empresa que desenvolveu tecnologia que produz vestuário diretamente a partir do fio, a Unspun recebe novo aporte. A rodada de financiamento Série B arrecadou US$32 milhões, sendo liderada pelo fundo DCVC e participação de outras empresas, como a francesa Decathlon e a Lowercarbon Capital. Com o suporte desses recursos, a fashiontech visa a expansão da operação para a Europa.
Por comunicado à imprensa, a Unspun afirma que planeja tornar operacionais mais 350 máquinas Vega 3D em toda a América do Norte, sem acrescentar qual o tamanho do parque atual de máquinas instaladas. Alcançada a meta, projeta capacidade de produção de 10 milhões de peças de vestuário por ano, até 2030, afirma.
“Na Europa, estamos a trabalhar em conjunto com um parceiro industrial para produzir vestuário em tecido em 3D para várias marcas de moda do continente”, aponta o informe sem oferecer mais detalhes.
Com tecnologia patenteada, a Unspun mantém uma planta piloto na Califórnia, nos Estados Unidos. Já empreendeu piloto de produção de vestuário sob demanda em uma das lojas da sueca H&M. Mais recentemente, em março, a empresa assinou contrato com o Walmart, para testar a produção de calças jeans com a Vega.
Neste ano, também, a empresa produziu coleções limitadas de calças tecidas em 3D para as marcas Eckhaus Latta e a Teget.
QUEIMANDO ETAPAS
Enquanto a produção não atinge escala industrial, a Unspun opera em paralelo um site de venda de jeans sob encomenda.
Conceitualmente, a máquina Vega automatiza parte considerável das etapas de confecção de vestuário. Abastecendo o equipamento com fios, medidas padronizadas e modelo, o equipamento confecciona automaticamente a peça, sem passar pela produção e transporte de tecido, pelo corte e pela costura. Aparentemente ficam de fora apenas etapas finais de acabamento, como pregar botão e colocar zíper de calça.
A empresa mantém sigilo em torno da máquina, sem publicar fotos ou vídeo de uma Vega real em funcionamento.
Com a máquina, a produção seria bem mais rápida do que pelo método convencional e que ficaria concentrada no mesmo lugar, garante a Unspun.
Para a empresa, as máquinas Vega têm potencial para mudar de maneira positiva a forma como a indústria produz e distribui vestuário.
Além da tecnologia de equipamento, a Unspun desenvoleu um algoritmo, o ND Fit, que automatiza a recomendação de tamanhos e criação de modelos. No futuro, a intenção é criar interface entre esse algoritmo e a Vega. Em outra frente, a empresa avalia o desenvolvimento de um sistema para recuperar peças tecidas em 3D, que seriam desconstruídas mecanicamente de maneira a gerar fios que dariam vida a outras roupas.
foto: divulgação
