O jeans Dijon volta ao mercado

O relançamento será no início de dezembro, com modelos pensados para homens e mulheres com idade para lembrar as propagandas da marca nos anos 80, que traziam Luiza Brunet vestindo apenas calça jeans

 Quase seis anos depois de sair do mercado, a marca Dijon será relançada. A tarefa foi assumida pela AZM Confecções, de Goiânia (GO), que firmou um contrato de licenciamento com Humberto Saade, dono da marca Dijon, pelo qual terá exclusividade em jeans por dez anos. A primeira coleção chega ao mercado em dezembro.

 

José Alves Júnior, diretor da AZM, conta que o acordo foi assinado no início do ano, depois que uma pesquisa encomendada pela empresa mostrou que a marca gozava de bom conceito entre a população de seis capitais brasileiras, mesmo estando fora do mercado desde 2001. “Isso amparou a empresa para investir as fichas no produto”, conta ele.

 

Para o relançamento da marca, que fez sucesso nos anos 80 e história com as propagandas que lançaram Luiza Brunet como modelo, a AZM traçou uma estratégia diferente da reinante. Apesar da pendenga judicial, que determinou o fim da parceria entre a Dijon e a modelo, Luiza Brunet continua como referência. “É um produto voltado para mulheres de 35 a 45 anos. Essa é uma mulher charmosa, bonita, mas uma mulher que a maioria das marcas não dá valor”, explica o empresário.

COLEÇÃO PARA TESTAR ACEITAÇÃO

Alves Júnior pretende que a marca seja uma alternativa também aos homens da mesma faixa de idade que, como ele, hoje aos 45 anos, tenha usado o jeans masculino da Dijon na juventude. Primeiro, a empresa desenvolveu uma minicoleção com 20 modelos (13 masculinos e sete femininos), depois contratou quatro representantes comerciais para Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG), interior de São Paulo (Campinas e região) e Rio de Janeiro (RJ), de forma a testar o giro dos produtos nos pontos-de-venda.

Satisfeita com o resultado, a empresa lança a coleção de verão no início de dezembro. “São modelos clássicos, de boa qualidade e sem muitos adereços. Estamos revivendo o conceito da marca, mas adaptado ao momento”, descreve Humberto Saade, criador da marca, que conheceu o apogeu como empresário nos anos 80, quando trouxe para o Brasil o conceito de top model e marcou época aparecendo nos anúncios ao lado de Luiza.

Hoje ele não quer mais se envolver na dinâmica industrial. Receberá royalties sobre as vendas. O contrato com a AZM representa, ainda, a retomada dos licenciamentos interrompidos no início de 2000, quando a marca já havia batizado cerca de 80 produtos diferentes, de lingerie a refrigerantes, passando por colchões. A Dijon foi fundada em 1964 e desde 1974 licencia produtos. Saade informa que os próximos licenciamentos serão para uma linha de camisas e outra de lingerie.

fotos: reprodução cedida por Humberto Saade