Clima: empresas dos EUA assinam acordo.

Para dar apoio ao presidente Barack Obama na conferência sobre mudanças climáticas, 154 companhias aderem ao plano do governo, entre as quais apenas duas de vestuário.

Em sua apresentação na COP21, a conferência mundial sobre mudanças climáticas, que vai até 11 de dezembro em Paris, o presidente Barack Obama sinalizou maior comprometimento dos Estados Unidos com metas para reduzir o aquecimento global. Chegou amparado pelo American Business Act on Climate Pledge lançado meses antes, mas, que em 1o de dezembro anunciou que outras 73 companhias haviam aderido ao plano, somando 154 empresas, das quais apenas duas da área de vestuário: Levi’s e VF Corporation.

De acordo com dados divulgados pela Casa Branca, esse grupo de empresas têm operações em 50 estados americanos, empregam em torno de 11 milhões de pessoas e juntas somam receita de US$ 4,2 trilhões por ano. São empresas de diferentes segmentos da economia, como Coca Cola, Google, Facebook, IBM, Apple, Goldman Sacks. O entendimento é de que o aquecimento do clima global tem impacto sobre a economia e a segurança mundiais.

O apoio ao plano não tem apenas político. Ao assinarem o American Business Act on Climate Pledge, as empresas assumem compromissos. A VF afirma que tem em curso uma série de ações que permitirá reduzir as emissões absolutas de carbono em 5% até o final de 2015, tendo como base 2009, enquanto o faturamento global cresceu 75% nesse período.

Até 2025, a intenção da VF é comprar energia, tanto para instalações próprias quanto de parceiros de negócios, 100% gerada por fontes renováveis. Outra frente prevê continuar a investir em eficiência energética, citando como exemplo que, atualmente, 85% das 1.480 lojas de varejo, entre todas as marcas do grupo, usam iluminação LED. O plano também contempla reduzir o consumo de água em 80%, atingir zero de desperdício para aterro e substituir insumos por alternativas de baixo impacto ambiental.

Os compromissos assumidos pela Levi’s passam pela meta de reduzir em 25% as emissões de gases de efeito estufa nos próximos cinco anos, até 2020, nos escritórios da companhia, em suas operações de varejo e atacado. Inclui reduzir as emissões em 5% ao ano, por produto enviado, nas fábricas próprias e de seus parceiros de produção. Também no horizonte de cinco anos, a empresa pretende comprar pelo menos 20% da energia consumida de fontes renováveis. Planeja, ainda, adotar até 2020 mecanismos que certifiquem que sua cadeia de abastecimento não usa materiais de base florestal, retirados de florestas antigas ou ameaçadas, de qualquer parte do mundo.

O movimento das empresas é impulsionado pelos investidores com base em relatórios de analistas que apontam para perda de valor dos ativos nos próximos 20 anos, por conta das mudanças climáticas e da incerteza política em torno das medidas para conter o aquecimento do planeta.