O jeans no universo paralelo

Lojas virtuais especializadas começam a ocupar espaço na internet brasileira

Dos quase 2 milhões de brasileiros que viveram a experiência de comprar algum produto ou serviço pela internet, pelo menos uma vez, 13,08% adquiriram produtos na rubrica que integra roupas, calçados, material esportivos e acessórios, em 2006. É uma expansão considerável ante os 5,82% apontados na primeira edição da pesquisa realizada pelo CGI (Comitê Gestor da Internet brasileira).

Isolados, os números são pequenos, mas indicam uma rota de expansão que as empresas começam a experimentar. Especialmente porque o mercado passou a apostar nas lojas online especializadas, como aquelas dedicadas à venda de jeans. A X-Ray abriu a loja virtual há dois anos. Pelo canal eletrônico, a empresa escoa 3% de um volume estimado em 200 mil peças por ano. O tíquete médio de R$ 80,00 é semelhante ao encontrado nas lojas tradicionais da rede, assim como o mix de compras mantém o mesmo perfil, conta Breno Zolko, diretor e coordenador de estilo da marca.

Depois de uma parada estratégica de dois anos, a Adji retomou as vendas pela web no final do ano passado, também voltado para o atendimento ao varejo. Segundo Alex Adjiman, diretor da empresa, o tíquete médio (que ele não conta o valor) é maior na loja virtual que nas unidades convencionais da marca de roupa masculina. Mas o mix de compras é semelhante.

 

Modelo em formatação

 

No caso dessas duas empresas, prevalece a presença do consumidor de fora da capital da paulista onde fica a sede das companhias. A audiência é atraída sobretudo a partir de ferramentas de busca, mas a Adji investe na divulgação da loja virtual nos catálogos das coleções, em outdoors instalados em cidades fora de São Paulo e nos pontos-de-venda.

 

O modelo de operação segue a linha de mercado, em que a maioria das compras é paga com cartões de crédito. Para a entrega das encomendas, ambas usam o serviço de frete dos Correios, que dispõe de mecanismo de rastreamento da mercadoria que também pode ser acompanhado via internet. A despesa corre por conta do cliente. Nas duas, a atualização dos estoques é diária.

 

Para ajudar os clientes a encontrar a numeração mais adequada, a Adji conta com um serviço de chat, que tira as dúvidas em tempo real. A partir do próximo mês, os internautas que forem à loja terão à disposição uma seção com dicas, por exemplo, ensinando como tirar mancha de vinho numa calça jeans.

 Os cuidados para manutenção de uma loja virtual têm a ver, sobretudo, com a infra-estrutura de segurança envolvendo a transação com cartões de crédito, apontam os dois executivos, que implantaram em seu sites sistemas de prevenção a fraudes.

 

Universo paralelo

 

Outra via paralela a explorar são os ambientes virtuais como o Second Life, um misto de jogo que permite à pessoa criar outra vida, rede social (como o Orkut) e comércio virtual (muitas empresas estão criando avatar para divulgar e mesmo vender produtos). De acordo com o Gartner, um dos principais institutos de pesquisa e consultoria sobre tecnologia do mundo, até o final de 2011, 80% dos usuários ativos da internet vão curtir uma vida alternativa no Second Life ou em outros programas do gênero.

 

Por isso, os analistas aconselham as empresas a experimentar esta tendência, sem investir muito dinheiro na novidade. Por enquanto, os benefícios são em relação ao relacionamento em comunidade que comércio efetivo e rentável.

foto: divulgação (SL)