A fase atual é de due dilligence, quando é feita a auditoria financeira, contábil e legal.
A Cedro Têxtil negocia a venda do controle acionário para a Vicunha Têxtil. Memorando de entendimento nesse sentido foi assinado entre os acionistas controladores da Cedro com a Vicunha. Ambas as companhias ressaltam que se trata de um documento não vinculante, ou seja, depende de uma série de análises até que seja assinado, ou não, um acordo definitivo. A expectativa é de ter a conclusão no segundo semestre de 2024.
A fase atual é de due dilligence, quando é feita a auditoria financeira, contábil e legal. Celebrado o acordo, a operação é submetida à analise do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Se aprovada, a venda do controle acionário que a Cedro negocia com a Vicunha constituirá um dos grandes negócios recentes da indústria têxtil brasileira.
Ao assumir o controle acionário da Cedro, a Vicunha terá a oportunidade de entrar no segmento de workwear, onde a Cedro lidera, sobretudo em tecidos técnicos, com acabamentos como retardante a chamas, proteção a arco elétrico, antivirais e a combinação entre eles.
Nos últimos dois anos, a Cedro inverteu o volume de produção, concentrando a carga para o workwear que corresponde hoje a 70% do total.
“A Vicunha reconhece na Cedro uma opção estratégica alinhada aos objetivos de longo prazo da empresa. Caso seja concluída, a aquisição representará uma oportunidade para alavancar os pontos fortes tanto da Vicunha como da Cedro, com potencial para criar valor ao aprimorar suas capacidades operacionais e expandir o portfólio para novos segmentos”, declarou a Vicunha em nota oficial.
LUCRO RECORDE
Enquanto o acordo entre o bloco dos controladores e a Vicunha caminha, o dia a dia na Cedro “não muda nada”, afirma Marco Antonio Branquinho, presidente do fabricante mineiro. Ele comemora os resultados de 2023, quando a empresa reverteu o prejuízo para lucro líquido de R$80,1 milhões, considerado recorde. A receita líquida somou R$1,1 bilhão no ano.
Na área industrial, a Cedro opera quatro fábricas em Minas Gerais: uma em Sete Lagoas, uma em Caetanópolis e duas em Pirapora. Além da unidade de workwear, o fabricante produz a linha jeanwear, com denim e sarja para moda.
Maior fabricante têxtil do setor de jeans do Brasil, a Vicunha opera com cinco plantas industriais, sendo três delas no Brasil e duas no exterior (uma na Argentina e outra no Equador). A produção de denim e denim colour está concentrada no mercado de moda. É uma empresa com atuação internacional relevante.
Conforme as demonstrações financeiras de 2023, 35% da receita líquida da companhia correspondem a vendas externas. A receita líquida atingiu R$2,4 bilhões em 2023.
