Para ganhar escala, pesquisadora funda a Phycolabs que pretende lançar produto em 2023.
Desde que anunciou há um ano os resultados de sua pesquisa para desenvolvimento de fibra têxtil à base de ágar, polímero extraído de algas marinhas vermelhas, a estilista Thamires Pontes avançou com seu projeto. Em 2022 fundou a Phycolabs, startup de biotecnologia que acaba de receber aporte de capital. O cientista dos Estados Unidos Scott Fahrenkrug, fundador da Recombinetics, comprou em setembro 10% do capital da startup brasileira, em valor não divulgado.
A partir do impulso desse investimento, a Phycolabs pretende finalizar a prova de conceito, ter amostra do tecido finalizada até fevereiro de 2023 para apresentar ao mercado, informou Thamires Pontes ao GBLjeans. “Estamos em parceria com alguns players grandes da indústria têxtil brasileira”, afirmou a pesquisadora e CEO da startup, mantendo sigilo em torno das empresas envolvidas.
Ela explica que a nova fibra têxtil à base de algas permite a combinação com outras fibras têxteis como algodão, linho, rayon e cânhamo.
FOMENTO
Em março, o projeto ‘Fibras têxteis biodegradáveis de algas’ foi um dos aprovados pela iniciativa do Sebrae de aceleração e fomento de soluções de base tecnológica, o Catalisa ICT. Em seguida, o pesquisador Rodrigo Cano, do Senai, apresentou o projeto a Scott Fahrenkrug, que se tornou investidor da startup.
O tipo de alga (Rhodophyta) que a Phycolabs trabalha é fartamente encontrada no mar do nordeste brasileiro. O desenvolvimento aponta para bons resultados em resistência e tingimento.
“No contexto em que a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu o período de 2021 a 2030 como a década do Oceano, ou a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, a descoberta ainda faz com que o Brasil seja um dos protagonistas para tornar o oceano saudável, produtivo e explorado de forma sustentável”, afirma a startup em comunicado à imprensa.
