Wier trata efluentes com plasma frio

Processo patenteado pela empresa catarinense permite reduzir em pelo menos 70% uso de produtos químicos.

Instalada no Parque Tecnológico Alfa, em Florianópolis (SC), a Wier está desenvolvendo soluções para o tratamento de efluentes industriais utilizando tecnologia de plasma frio, técnica que reduz em pelo menos70% ou mesmo elimina a utilização de produtos químicos para essa finalidade, segundo o fundador da empresa, o químico Bruno Mena Cadorin.

Três maquinas estão em desenvolvimento e a primeira experiência na indústria têxtil, cujo processo de instalação deve ser concluído até o final do segundo trimestre de 2017 em uma fábrica de Blumenau (SC), apresentou redução de 40% no consumo de água com a possibilidade de reúso, informa Cadorin. No segundo semestre do próximo ano, essas máquinas já devem estar disponíveis para produção em série. “O equipamento é modular, adaptado de acordo com a necessidade da empresa. Fazendo seriado, baixa-se o custo”, afirma Cadorin.

A tecnologia pode ser utilizada também apenas para promover uma rápida descoloração do efluente ou eliminar as cargas DBO e DQO (Demanda Bioquímica de Oxigênio e Demanda Química de Oxigênio), parâmetros que a legislação analisa a fim de verificar a qualidade do tratamento para que o efluente possa ser despejado em qualquer manancial hídrico. Os preços variam de acordo com a necessidade da empresa, a partir de R$ 250 mil.

Criada em 2011 e instalada na incubadora Celta desde 2014, a Wier tem a patente da tecnologia que ainda não é utilizada no país com essa finalidade, informa o químico formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Cadorin esclarece que no tratamento convencional utiliza-se grande quantidade de produtos químicos para remover os poluentes da fase líquida para uma fase sólida, formando lodo, cujo armazenamento e descarte seguro significa novo custo para a fábrica.

O plasma frio é gerado a partir de descargas elétricas de alta tensão e baixa potência utilizando o ar e a água do efluente para formar um meio altamente reativo que vai degradar os poluentes. Como utiliza baixa potência, o consumo de energia pode, muitas vezes, ser inferior ao de uma bomba de circulação de líquidos, afirma o fundador da Wier.

Segundo ele, a empresa está desenvolvendo também em parceria com a Engie Tractebel Energia uma máquina para tratar efluentes líquidos de uma das usinas termoelétricas. Além das máquinas de plasma a frio, a Wier produz geradores de ozônio de alto desempenho, dos quais já comercializou 400 unidades, para diferentes aplicações, entre as quais beneficiamento de jeans, descoloração de malhas, tratamento de efluentes, eliminação de mofo e fungos nas estocagens de tecidos. Atualmente, a empresa conta com 18 funcionários.